O que parecia ser uma hipótese acabou se concretizando. Os casos de infecção, seja de Covid-19, pela variante Ômicron, ou de gripe, influenza H3N2, estouraram depois do período das festas de final de ano. Os resultados do excesso de aglomeração e falta do uso correto das máscaras de proteção já apareceram.
Na quarta (12), o Brasil registrou mais de 88 mil casos de Covid, maior valor desde julho de 2021. Segundo dados do Instituto Butantan, 80,95% dos diagnósticos de Covid-19 em São Paulo são causados pela variante Ômicron. Das 105 amostras analisadas pelo Instituto, 20 (19,4%) foram positivas para variante Delta e 85 (80,95%), para a Ômicron.
Hospitais e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de todo país já estão enfrentando superlotação e atendendo acima da capacidade máxima para dar conta de assistir os pacientes com síndromes gripais.
Com isso, houve aumento exponencial de pedidos de dispensa médica em diversos setores da economia. A Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites) solicitou aos shoppings centers a redução dos horários de funcionamento após o avanço da ômicron e dos casos de influenza, pois há muitos varejistas sofrendo com a falta de funcionários que contraíram Covid-19 ou influenza recentemente e que receberam dispensa médica. Há lojas que não possuem equipe suficiente de funcionários para atender os clientes.
Além disso, diversas companhias áereas têm cancelado voos, devido ao aumento de casos entre as tripulações. As companhias aéreas Azul e Latam já cancelaram mais de 608 voos, desde a última quinta (6). No Aeroporto Internacional de Guarulhos, o movimento tem sido mais fraco em todas as companhias, nos últimos dias.
O aumento de casos de Covid-19 e de influenza também afetou os serviços bancários presenciais em diversas cidades do interior de São Paulo, do Rio Grande do Sul e do Paraná. De acordo com a Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul, em ao menos 20 cidades paulistas, as agências suspenderam o atendimento depois que funcionários testaram positivo para a Covid-19.
Na quarta (12), o governador João Doria anunciou a aquisição de 2 milhões de testes rápidos de antígenos para Covid-19, que serão disponibilizados até fevereiro aos municípios do Estado. A medida visa ampliar as políticas de testagens e o monitoramento de casos de coronavírus. Serão investidos R$ 12 milhões para a aquisição dos testes rápidos que estarão disponíveis na rede até fevereiro. Ainda foi sugerido que as Prefeituras orientem os munícipes para reduzirem 30% da capacidade de público em eventos musicais, festas e atividades que geram aglomeração e o uso obrigatório das máscaras foi prorrogado até 31 de março.
Porém, essas e outras medidas não surtirão efeito e nem haverá o arrefecimento concreto da pandemia enquanto o índice de não vacinados não diminuir. Há, ainda, 32,07% da população brasileira que ainda não se vacinou e menos de 15% da população tomou a terceira dose. Com isso, ainda haverá outros ciclos de novas variantes e picos de infecção.