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A mídia perde duas fortes lideranças

Publicado em Editorial
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01/06/13
A mídia perde duas fortes lideranças

Num período em que o presidente nacional do PT, Rui Falcão, ex-diretor de redação da revista Exame e atual deputado estadual em São Paulo, tem como bandeira a aprovação de um projeto que restringe a liberdade de imprensa, a mídia nacional perde duas fortes lideranças: Ruy Mesquita, diretor do Grupo Estadão, e Roberto Civita, presidente do Grupo Abril, que comandavam duas das maiores empresas de comunicação no País.

Essas duas lideranças defenderam, em suas publicações, a liberdade, a democracia e a livre-iniciativa. Ruy Mesquita morreu na terça (21) e Roberto Civita, no domingo (26). São dois exemplos de determinação de pessoas que não arredaram o pé em defesa da liberdade de imprensa e da democracia. Por isso vão ficar como exem-plos para novas gerações de jornalistas e também de empresários do setor.
O Estadão apoiou o golpe que levou à derrubada do presidente João Goulart e colocou os militares no poder. Porém, rompeu com o regime após a promulgação do Ato Institucional nº2. Pagou caro por sua resistência aos militares. Segundo matéria publicada na edição de quarta (22), redigida pelo jornalista José Maria Mayrink ,”o preço que o Estadão pagou foi, em primeiro lugar a morte de seu pai, jornalista Julio de Mesquita Filho, que morreu sete meses após a edição do Ato Institucional, que parou de escrever o editorial que redegia diariamente. O Estadão passou seis anos sob censura. O governo escalou censores para as oficinas, onde as matérias proibidas eram cortadas, porque também a autocensura seria inadmissível. Como não se permitia que ficasse espaço em branco, decidiu-se publicar poemas (Estadão) e receitas de bolos e doces (Jornal da Tarde)”.
O presidente do Grupo Abril, por sua vez, dedicou mais de cinco décadas de sua vida a transformar a editora criada por seu pai, Victor Civita em 1950, em um dos maiores conglomerados editoriais da América Latina. Foi ele quem idealizou e lançou, em 1968, a revista “Veja”, ainda hoje o carro-chefe do grupo. Em artigo assinado na Folha de São Paulo, na segunda (27), Carlos Costa, doutor em ciências da comunicação pela USP e que trabalhou por 27 anos na Editora Abril, traçou um perfil de Civita: “RC, como Roberto assinava os bilhetes, queria ser físico nuclear, mas não se saiu muito bem na Rice Universisty, no Texas. Foi se formar em jornalismo e economia na Universidade de Pensilvância, com estágio no grupo Time-Life. De volta ao Brasil, em 1958, foi recebido no Porto de Santos pelo pai, que perguntou sobre seus planos: “quero criar a “Time”, a “Fortune” e a “Playboy”. Dez anos depois iniciou a primeira delas: “Veja”. Depois a versão de Fortune, “Exame”, em 1971, e lançou a “Playboy” brasileira para os homens. A “Veja” é considerada a terceira maior revista do mundo e publicou a entrevista de Pedro Collor, que detonou o impeachment do presidente Collor.
Realmente, são dois líderes que dignificaram a imprensa brasileira.

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