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Dr. Rubens Awada (*11/02/1933 / +23/05/2018)

Publicado em Luiz José M. Salata
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Com sentida e imensurável tristeza da família, do infindável número de amigos de todos os segmentos da cidade, faleceu em Santo André, uma das mais destacadas personalidades  da cidade e região do ABC. Deixa uma enorme lacuna aquele que, por mais de sessenta anos, dedicou-se na área médica, sempre presente nas atividades sociais, profissionais e de benemerência nas entidades em que intensamente serviu e participou, durante todo o tempo de vida. Diante da grande comoção causada por seu passamento e pela repercussão entre os seus amigos pelos lamentos da grande perda, cabe relembrar fatos e feitos de sua vida, contados pelas histórias e casos do dedicado e saudoso Bimbo, apelido familiar como era chamado há tempos, como homenagem à sua memória do extremado marido, pai, avô, amigo dos amigos, médico e pessoa dotada de peculiar sensibilidade humana. Nasceu em São Pedro, SP, filho de Rachid Awada e Maria Aron Awada, veio ainda menino com a família para Santo André, cursando o primário no Grupo Escolar José de Azevedo Antunes, seguidamente o secundário e o científico no Colégio Dante Alighieri, na Capital. Na juventude, viveu intensamente pois teve muitas atividades sociais, tendo participado da fundação do Clube Panelinha Pan WD, chamado de Clube do Bolinha, pois  somente é frequentado por homens, foi animado folião no carnaval, ainda formando os blocos com fantasias para os desfiles com carros alegóricos, e também entusiasmava os amigos com as modinhas carnavalescas. Além do mais, sempre ficou por sua conta e iniciativa os tradicionais almoços semanais no Panelinha, motivo de sua grande alegria e satisfação em passar as tardes ao lado daqueles que já convivia há muitos anos. Era um tempo agradável recheado de muita prosa e histórias. Frequentava bailes e festas no Clube da Rhodia, Moinho São Jorge, Tênis Clube e outras reuniões sociais, sempre ao lado dos muitos fiéis amigos. A sua grande alegria residia no fato de reunir os amigos na sua propriedade rural em Trabiju, no interior do estado de São Paulo, ensejando a viagem por ônibus que para lá seguia lotado, assim mais prática pelo  número de amigos participantes do evento, dos churrascos e almoços, com longos papos, histórias e cantorias. Nos esportes, praticou basketball com muito vigor e entusiasmo, participando no time da cidade nos Jogos Abertos do Interior, em jogos regionais e desafios em diversas cidades, o que decorria de muita amizade entre os jogadores. enfim gozava de muito entrosamento com os inúmeros amigos que cultivou nessa época áurea. Com muitos deles, firmou forte e duradoura amizade até os tempos atuais, motivo de vivência com grande e mútuo respeito. Ao ingressar na Faculdade Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, diplomou-se com louvor e escolheu a especialização em Anestesiologia, ramo da medicina que abraçou com muito afinco. Após a formatura retornando à cidade de coração, passou intensamente a exercer a medicina na área escolhida. Foi fundador e serviu como médico do Hospital e Maternidade Brasil, tendo participação efetiva na APM – Associação Paulista de Medicina Regional de Santo André, clinicou na Policlínica Municipal, Samdu e, uma vez por semana fazia plantão em hospital da cidade de São Carlos. Desse modo, praticou a medicina seguindo o juramento de Hipócrates, com muito amor à causa e plena dedicação à profissão. Ingressou no Rotary Club, Centro, da cidade, como fundador, tendo ocupado a Presidência, atualmente sob o número cinco. Seguiu à risca o lema da instituição Rotary Club: “dar de si, antes de pensar em si”, pois sob a sua Presidência, o Corpo de Patrulheiros Mirins recebeu o terreno, o qual para tanto muito batalhou, onde se encontra  edificada a sede da entidade que abriga os jovens aprendizes. Participou intensamente na APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, como voluntário e nas suas atividades médicas, como também na Casa da Esperança, entidade que atende pessoas carentes e que presta assistência médica e exames laboratoriais. Atuou intensamente no Projeto Crescer, entidade que abriga famílias carentes servindo como casa de apoio, para aqueles que não dispõem de local para abrigo durante o tratamento de seus familiares. O turismo nacional e internacional foi uma das suas grandes vivências e aspirações, tendo viajado com a família e amigos, dando volta ao mundo por duas vezes, conhecendo inúmeros pontos turísticos, cujos roteiros revelava sob forte emoção ao enumerar e descrever as características de cada local, pois considerava as viagens um grande investimento. Compareceu nas Copas do Mundo da Espanha, México, Coréia e Japão, Alemanha e África do Sul, como também nas Olimpíadas de Barcelona e Los Angeles. Segundo os seus familiares, padeceu dos efeitos inalatórios anestésicos do gás halotano, no exercício da profissão, fato que muito o prejudicou com prejuízos colaterais pela elevada toxicidade, mas que, nem por isso tal prejuízo à saúde não o impediu de prosseguir, alegando que tinha de cumprir a sua função médica, mesmo na possibilidade de ocorrência de estecetose, ensejando natural e consequentemente o aparecimento de outras moléstias. Faleceu com bem vividos oitenta e cinco anos, deixando a viúva Ignez (Inezita) Chedid Awada, do casamento com cinqüenta e quatro anos, e com ela teve os filhos: Adriana e Marcelo, e os netos Marina, Marcela, Vitor e Fabiana, que o chamavam de Babo, pelo fato de que, pela pouca idade não conseguiam pronunciar Bimbo. O corpo foi  sepultado no Cemitério da Saudade, na Vila Assunção, após ter sido velado com o comparecimento de incontável número de pessoas amigas e população em geral, o que demonstra a grande admiração de todos  pela longa folha de serviços prestados e grande número de amigos que com ele conviveram no curso de pelo menos oitenta anos. O legado deixado representa o exemplo de marido, pai, extremado médico, amigo dos amigos e dotado de excepcional sensibilidade no trato com os carentes e menos favorecidos, conforme as suas atividades e iniciativas na área social.

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