Imprimir esta página

O inaceitável decreto do Ministro Matteo Salvini sobre a cidadania italiana

Publicado em Luiz José M. Salata
Lido 1053 vezes
Avalie este item
(0 votos)

O Ministro do Interior da Itália, Matteo Sal­vini, do partido Lega e como compôs o governo italiano com a coalização do partido 5Stelle, liderado por Luigi Di Maio, obtiveram força política indicando o Primeiro Ministro Giuseppe Conte. Desde logo, o Ministro Mat­teo Salvini demonstrou insatisfação com o acolhimento aos refugiados, pois segundo ele já comprometia o atendimento aos italianos carentes que muito dependem da atuação do governo italiano. Claramente contra tal recep­ção, o seu partido Lega que teve ótima vota­ção na Sicília e na Calábria, regiones italianas que sentiram o avanço da recepção diária de muitos barcos e pequenos navios vindos da África através da ilha de Lampedusa. Por isso, através das pesquisas, requereu ao Tribunal Eleitoral Italiano a exclusão de Nord, na nomi­nação do seu partido até então Lega Nord. O partido teve votação espetacular o que propor­cionou assumir a liderança política juntamente com o 5Stelle, demonstrando muitos planos e diretrizes para a Itália, mas principalmente na total paralisação do acolhimento dos refugia­dos. Conseguiu o intento com obtenção de grande parte da população e da classe política, apenas mantendo em casos de extrema ne­cessidade humanitária, ainda a adesão da Es­panha, França e Montenegro. Entretanto, de maneira surpreendente, e sem consultar os seus aliados da coalização e outros segmentos políticos, editou Decreto-lei ao Parlamento Italiano, no dia cinco de setembro passado, para modificar a Legge nº 91, de cinco de fe­vereiro de 1992. Trata sobre a regulação na busca da cidadania italiana para descendentes em todos os graus e gerações, visto o grande número de pessoas residentes tanto na Itália, como nos países onde os italianos rumaram, desde os idos de 1861, por ocasião da Unifica­ção da Itália. Relembrando, na região do ABC, então os italianos vieram com a primeira leva em 1877, e introduziram nesses 141 anos a in­findável relação de trabalho, para o progresso e desenvolvimento a olhos vistos, conforme se verifica pela ampla convivência pacífica e ordeira. Proliferaram com os descendentes, os quais dentro da normalidade foram alcan­çando a cidadania italiana através dos meios regulares administrativos com perto de trinta milhões, uma metade da Itália dentro do Brasil. Atualmente, a busca da cidadania italiana pa­dece de grandes problemas na tramitação dos pedidos, pois basta dizer que, no nosso país o tempo atinge mais de dez anos de espera. Ocorre que, com tal malfadado decreto, Salvini se aventurou para reduzir, sem qualquer con­sulta, pretendendo assim resolver com o pa­cote de medidas para conter o direito do iure sanguinis, direito de sangue, prática aceita e até então em vigor. Assim, segundo o decreto, somente em duas gerações os pretendentes poderiam alcançar a cidadania, um verdadeiro acinte às relações ítalo-brasileiras. Na prática, no modo italiano de muitas vezes alcançar as soluções, foi uma gritaria geral, tanto na Itália como no Brasil, pessoalmente e através das entidades ítalo-brasileiras. Cabe ressaltar a primeira carta de protesto imediatamente remetida a Salvini, por Vittorio Mario Scappini, Presidente da Confederazione Circolo Italiano Brasil, com sede em Jundiaí, e que representa centenas de entidades ítalo-brasileiras, na qual se expressou a enorme insatisfação e preocupação com conseqüências trágicas para toda a comunidade, caso houvesse aprovação. Com as alterações reduzindo as gerações e também aumentando em muito os prazos de conclusão dos processos de seis para quarenta e oito meses, tanto no Brasil quanto na Itália. Foi também argumentado que, conforme ali consta, invibializaria o processo e negaria os direitos à cidadania. E o pior, como posto em suas linhas o decreto equipara todo e qualquer descendente de italiano aos refugiados (o seu foco de expulsão), como extra comunitário, conclusão essa de revoltados italianos e descendentes. Clama então por justo e correto tratamento segundo as origens. Fica claro que, todos os descendentes de italianos mantém a chama viva na alma e no coração de pro­fundo amor à Itália, portanto não merecendo tão malfadado decreto. Contudo, em pouco tempo o sangue quente ítalo-brasileiro falou mais alto, expressando robusta força política e popular, Salvini assustado com a repercussão, desistiu do decreto, valendo a lição sem prévia consulta. Mas, oportuna a proposta para que, doravante todo novo cidadão italiano ao me­nos saiba cantar o hino italiano, tenha média base da língua para bem se expressar, medidas essas necessárias e cabíveis para a formação de um italiano vero.

Folha Do ABC

A FOLHA DO ABC traz o melhor conteúdo noticioso, sempre colocando o ABC em 1º lugar. É o jornal de maior credibilidade da região
Nossa publicação traz uma cobertura completa de tudo o que acontece na região do ABCDM.

13 comentários

Main Menu

Main Menu