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Luis Barreiro de Miranda * 16/03/1940 U10/07/2020

Publicado em Luiz José M. Salata
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A colônia portuguesa, o infindável número de amigos, comerciantes  e fregueses da Padaria Charlot e família sensibilizada receberam com bastante tristeza a notícia do passamento de Luis Barreiro de Miranda, falecido aos oitenta anos de idade, na sexta (10). Muito conhecido na cidade pelo fato de sempre ter sido comerciante no ramo de bar, restaurante e padaria, com a convivência direta com os fregueses, teve vida pessoal, familiar e profissional exemplar como irmão, marido, pai e avô, cumpridor dos seus deveres e com muitas e profundas amizades granjeadas ao longo tempo de vida entre nós. Nascido no povoado de Rio Tinto, Concelho de Esposende, antigo Barcelos, em Portugal, em dezesseis de março de 1940, sempre dizia aos seus interlocutores ao se referir às origens do nome Rio Tinto, o torrão natal, que tinha esse nome pelo fato da época da Reconquista, na disputa das terras entre cristãos e mouros nas proximidades das margens do Rio Cávado, no afluente Zarague, local onde ocorreu uma batalha entre cristãos e mouros, vencida pelos primeiros. Quando da retirada dos mouros, no conflito em sangrenta batalha  resultou na trucidação total deles, que dizem atingiu de sangue o ribeirão ficando assim denominado Rio Tinto. De outro lado, existe a explicação para tal nome de que dito tingimento se deu pela mineração de ouro das águas daquele ribeirão na lavagem do minério, sendo esse aluvião levado pelas águas,  tingindo-as. Filho de Joaquim José de Miranda e de Adelaide da Silva Barreiro, lá viveu ao lado de cinco irmãos, trabalhando desde pouca idade na agricultura e no comércio, tendo feito os primeiros estudos no primário e o curso ginasial. No ano de 1959,  atendendo ao convite de Antonio, seu irmão mais velho que já tinha  se instalado em Santo André, veio para cá aos dezenove anos, entrosando-se perfeitamente pois juntos montaram um bar nas proximidades da antiga sede da Brastemp. Formada a parceria, no ano de 1964, instalaram com bastante entusiasmo e com localização deveras promissora e bem central, o Bar e Restaurante Ponto Chic, localizado na rua Marechal Deodoro, entre a rua Dr. Fláquer e a Praça da Matriz, dotado de vários espaços, com dois amplos balcões de cada lado da entrada, com banquetas, e com grande salão para refeições com largo horário de funcionamento. Atendendo ininterruptamente desde o café da manhã, almoço, lanche da tarde, happy-hour e jantar. Funcionou com muito sucesso e bastante procura por comerciantes, frequentadores e usuários da Rua Marechal Deodoro e famílias, considerado um ponto de encontro social da cidade. Luis e o irmão Antonio se desdobravam na direção do estabelecimento, pois necessária a direção dos dois juntos e colaboradores pela grande demanda e intenso movimento desde às sete horas da manhã e até perto da meia-noite. O Ponto Chic é lembrado por muitos moradores da cidade até os dias atuais, por ter feito parte da história da cidade que saía de cinquenta mil habitantes para quase um milhão nos presentes dias  e ter feito parte da infância, adolescência e vida social de muita gente das várias camadas sociais. Foram muitos dias seguidos, feriados, finais de semana desde a manhã até altas horas de muito trabalho e dedicação. Isso lhe trouxe muito respeito e admiração de todos com quem conviveu e conheceu em uma cidade que começava a crescer com intenso progresso e desenvolvimento. Casou-se em 1969, com Teresa de Jesus Carvalho de Miranda, com quem teve três filhos: Paula Miranda, Luís Barreiro de Miranda Jr., casado com Maria Leocádia L.C.C.Miranda e Luciana Carvalho de Miranda (in memoriam). Em 1976, mudou de ramo para a Padaria Tiradentes, localizada no final da Av. Prestes Maia com Rua Tiradentes e depois sempre ao lado do irmão Antonio, com a Padaria Charlot, na qual trabalhou até seus últimos tempos. Passou por tristezas, como sempre dizia, com a perda da filha Luciana, em 1997, e o irmão Antonio, em 1999, seu dileto sócio e parceiro de vida. Mas, também com muitas alegrias com os nascimentos de suas netas Ana Carolina e Maria Luisa (filhas de Paula) e Ana Beatriz, Maria Fernanda e Maria Eduarda (filhas de Luis). Foi um homem que apregoava - a palavra vale mais do que está escrito, e com muito respeito à família, aos amigos e ao trabalho acima de tudo. Foram mais de mil funcionários, inúmeros vendedores, número infindável de clientes que conviveram e tiveram participação em sua vida de comerciante. Faleceu em 10 de julho de 2020, deixando a todos um exemplo de disciplina, perseverança, generosidade e amor naquilo  que se propôs a fazer nesta vida.

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