No último dia 06 de outubro, comemorou-se o centenário de nascimento do consagrado Deputado Ulysses Guimarães, nascido Ulysses Silveira Guimarães, na Vila de Itaqueri da Serra, Distrito do Município de Itirapina - SP, parte do município de Rio Claro. Filho de Ataliba Silveira Guimarães e de Da. Amélia Correia Fontes, trabalhou na Coletoria Federal de Rio Claro, com seu pai. Vindo para São Paulo para estudar, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da USP, onde deu os primeiros passos na vida pública, com intensa atividade  acadêmica, participando do Centro Acadêmico XI de Agosto e exerceu a Vice-Presidência da União Nacional dos Estudantes. Bacharelando-se pelas Arcadas, passou a dar aulas na Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, durante muitos anos, onde veio a se tornar Professor Titular de Direito Internacional Público, lecionando ainda Direito Municipal na Faculdade de Direito de Itu e Direito Constitucional no Instituto Toledo de Ensino, em Bauru, onde também atuou como Diretor. Exerceu a advocacia, especializando-se em Direito Tributário. Gostava muito de futebol,  tanto é que, se associou ao Santos Futebol Clube, e foi nomeado Presidente da subsede, em São Paulo. Afável, educado, de fino trato e expansivo não tardou a ingressar na política elegendo-se Deputado Estadual, na Constituinte, em 1947, pelo PSD. Encantando-se pela vida pública,em 1951, elegeu-se Deputado Federal. Assumiu o Ministério da Indústria e Comércio nos anos de 1961/1962. Apoiou o movimento militar em 1964, tendo participado da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, mas depois mudou de posição política. Em 1965, com o bipartidarismo filiou-se no MDB – Movimento Democrático Brasileiro e passou a ser oposição ao Governo Castelo Branco. Comandou o Parlamento Latino Americano de 1967 a 1970. No ano de 1973, lançou a anticandidatura  simbólica para a Presidência da República, tendo como Vice o jornalista Barbosa Lima Sobrinho, em repúdio  à eleição indireta. Participou efetivamente da campanha pela redemocratização do país, inclusive na luta pela anistia ampla, geral e irrestrita. Em 1979,  decretado o fim do bipartidarismo foi um dos mentores da conversão do MDB para PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro, tornando-se Presidente Nacional. Em muito contribuiu ao movimento Diretas Já, o que lhe valeu ser chamado de Senhor Diretas Já. Exerceu a Presidência da Câmara dos Deputados nos períodos de 1956/1957, 1985/1986 e presidiu a Assembléia Nacional Constituinte em 1987/1988. A então Nova Constituição foi promulgada em 05 de outubro de 1988, portanto completou 28 anos, cuja participação no ato histórico quando empunhando um volume fez memorável discurso da Mesa Diretora ao Plenário, com intensa cobertura da mídia, em emocionante pronunciamento de improviso declarando tratar-se da Constituição Cidadã. Em 1985, por ocasião da escolha da chapa de Tancredo Neves para Presidente, declinou da indicação em favor de José Sarney, honrando a coesão. Tancredo falecendo, Sarney assumiu a Presidência, com sua forte, incontestável articulação e habilidade política. Assumiu algumas vezes a Presidência da República, em substituição ao Presidente José Sarney, nos seus afastamentos, por ser Presidente da Câmara. Deixou a política ao término do seu 11º mandato de Deputado Federal, em 1995, um dos parlamentares mais longevos. Deixa um importante legado à Advocacia, pois de sua autoria o Projeto de lei sancionado como a Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994 – Estatuto da Advocacia e o Código de Ética e Disciplina. A sua marca registrada nos seus discursos pela menção: Não roubar, não deixar roubar, pôr na cadeira quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública. Foi casado com Da. Mora, falecendo juntamente com ela e o Senador Severo Gomes e Maria Henriqueta, em acidente aéreo, em 12 de outubro de 1992, no litoral de Paraty, O seu corpo nunca foi encontrado, mas deixou um invejável legado pessoal, intelectual e político.