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Paulo Serra: "Santo André é uma das cidades que mais vacina no Brasil”

Publicado em Política
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O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), iniciou o segundo mandato a pouco mais de quatro meses, e, em entrevista ao vivo, pelo Instagram da Folha do ABC, na terça (6), revelou que o município foi um dos poucos da Região Metropolitana e do Estado de São Paulo que não faltou atendimento para nenhum morador da cidade. “Não colapsamos”, disse. Além disso, garantiu que a cidade não está parada. Obras importantes e de grande destaque como a Av.Luiz Ignácio de Anhaia Mello, o novo piscinão da Vila América, o Parque Guaraciaba, o teatro Carlos Gomes, o complexo de obras de Santa Terezinha, estão em andamento e que não faltarão recursos, pois recebem verbas externas. Confira.

 

Folha do ABC- Em pouco mais de um ano de pandemia, Santo André esteve na frente ao combate do novo coronavírus. Agora, vivemos o pior momento da pandemia. Mesmo com a intensificação das medidas restritivas, como lockdown noturno e a antecipação de feriados, estamos longe de ter taxas confortáveis para permitir a flexibilização e afrouxamento das medidas. Na sua avaliação, o que deu de errado e quando, enfim, a Santo André poderá sair desta fase emergencial?

Paulo Serra- Acredito que essa nova fase da pandemia, muito mais agressiva, aguda, tem relação, principalmente com a variante do vírus. Já identificamos três tipos na nossa região e mais uma dezena no Brasil, e aí, somada essa nova variante, que é mais agressiva, afeta os mais jovens, que não tínhamos conhecimento da sua letalidade, somou-se isso um pouco do relaxamento dos cuidados, principalmente no final do ano, com as festas de final de ano, e a sensação que todos nós tivemos e o desejo de que a pandemia tinha acabado.

Na época de eleição, ficamos dez dias com o Hospital de Campanha na Universidade Federal do ABC (UFABC), aberto e sem nenhum paciente. Decidimos não fechar os hospitais. Fomos uma das poucas cidades que mantiveram os hospitais de campanha abertos e veio essa pandemia com toda essa força. Mas a cidade de Santo André foi, novamente, uma das poucas da Região Metropolitana do Estado de São Paulo que não faltou atendimento para nenhum morador da cidade, nós não colapsamos. Chegamos a 94% de ocupação, agora, ainda estamos com 90%. Não é uma situação confortável, mas já há um decréscimo. Tivemos nesses quinze dias de feriados antecipados e lockdown noturno, 404 mil pessoas a menos que usaram o transporte coletivo, 30 mil veículos a menos, por dia, circulando. Então, houve sim e não há nenhum modelo, no mundo, de combate à pandemia, em nenhuma cidade do Brasil, que conseguiu reduzir os números sem restrição de circulação.

É a restrição de circulação, somada ao atendimento precoce, aos equipamentos de saúde, somada a vacinação que tem feito nós reduzirmos os números. Conseguimos superar esse novo pico, apesar de chegar muito próximo aos 100%, nenhum andreense ficou sem atendimento. A grande maioria da cidade colaborou e está colaborando. As pessoas, efetivamente, deixaram de sair de casa, diminuíram o fluxo. E nos próximos dias iremos ter, ainda mais reflexo, não tenho dúvida, desses quinze dias.

Espero, a partir da semana que vem, que já tenhamos números para pedir, para o Governo do Estado, que é o órgão que pode autorizar os novos decretos, pois se não, fazemos decretos municipais e a Justiça derruba, o início da retomada da reabertura dos comércios. É isso que gostaria de fazer, a partir da semana que vem. Assim que os critérios nos permitirem, neste protocolo, iremos fazer em nome de toda a região do ABC, para que, a partir da semana que vem, já tenhamos, pelo menos, uma previsão da retomada das atividades. Teremos que continuar tomando cuidado, evitando aglomeração, lavando as mãos, usando as máscaras. Tudo isso só vai acabar quando tivermos toda a população da cidade vacinada.

Inclusive estamos tentando comprar vacinas em várias frentes. Já temos em Santo André mais de 100 mil pessoas vacinadas. Somos uma das cidades do Brasil que mais vacina, mais de 13% da população já está vacinada. No entanto, ainda precisamos de mais vacinas. Tudo leva a crer que a pior fase, deste segundo pico, também já passou.

 

Folha- A solução definitiva não só para a crise sanitária, mas econômica, será, somente, com a vacinação em massa. Apesar disso, a vacinação ainda está muito lenta em todo o País. Mesmo com a compra de imunizantes, pelo Consórcio Intermunicipal do ABC, as vacinas devem chegar apenas no segundo semestre e no final do ano. Até lá, como ficará a situação econômica da cidade? Como evitar essa verdadeira “guerra política” entre apoiadores do governador do Estado e do presidente da República?

Serra- A guerra política não ajuda em nada. Darei minha opinião sobre o presidente da República e sobre o governador quando tudo isso passar. Agora, vou continuar trabalhando por Santo André, que é a cidade que nasci e fui eleito e reeleito para ser prefeito. Não queremos deixar que a política atrapalhe isso. Quando precisei brigar com o governador eu briguei, quando precisar brigar com o nosso presidente a gente briga. Quando foi para pedir vacinas, pedimos. É desta forma que estamos atuando em defesa da nossa gente. Tenho a opinião, sobre ambos, que falharam e acertaram em algumas coisas. O governo federal acertou quando fez o auxílio emergencial, no ano passado, mas, ao meu ver, errou ao não dar a importância que as vacinas têm e o governo do Estado teve determinados momentos que abriu a Capital e não queria abrir o comércio de Santo André, e fui o primeiro a dizer, se não formos abrir por bem, iremos abrir por mal. Tínhamos números e segurança para isso. Então, estamos deixando a política de fora, e estamos ajudando quem mais precisa. Com cestas básicas, com assistência, mas recurso emergencial não temos condições, nenhum município tem. Isso é responsabilidade do Governo Federal. O vilão não é o governador, o presidente ou o prefeito, o vilão é o vírus.

 

Folha- O sr. foi eleito com 76,88% dos votos, o que representa uma grande aprovação por parte da população. Qual será o foco do seu segundo mandato?  Haverá uma força-tarefa para que os projetos, o ritmo de desenvolvimento e modernização da cidade não seja prejudicado, apenas com medidas de reparação dos estragos na Saúde e na Economia?

Serra- Tivemos uma missão no primeiro mandato, que foi reconhecida por 76,88% da população de uma cidade que não reelegia prefeito há 20 anos, desde o Celso Daniel. Para nós foi motivo de muito orgulho porque de alguma forma, interpretamos que esse resultado causou nas pessoas uma percepção de que a cidade melhorou e que a vida delas melhorou. Esse era o nosso maior desafio, fazer com que as pessoas voltassem a curtir e sentir orgulho de Santo André e isso aconteceu porque o resultado foi muito emblemático.

Enfrentamos a pandemia no ano passado. A impressão que dava era de que a pandemia, neste ano, fosse reduzir. Não estava no cronograma uma segunda onda tão violenta como foi essa, e temos um pacote de obras importantes. A Av.Luiz Ignácio de Anhaia Mello, o novo piscinão da Vila América, o Parque Guaraciaba, o teatro Carlos Gomes, o complexo de obras de Santa Terezinha, todas estas obras estão mantidas, porque recebem recursos externos. E, além de termos recuperado a credibilidade e as finanças da cidade, reduzimos em 80% o estoque de dívidas do município em quatro anos. Cortando cargos, cortando regalias, vendendo carros oficiais, devolvendo imóveis alugados, fazendo um pacote de medidas austeras para que a cidade voltasse aos trilhos. Essa credibilidade, além de permitir esse pacote de investimentos, resgatou a credibilidade com o setor privado, que investiu mais de R$ 1,5 bilhão em nossa cidade, em geração de empregos, nos quatro anos iniciais.

O que queremos é, além de continuar esse pacote de obras, focar na formação das pessoas, qualificação e na geração de empregos, além da questão da saúde, no pós-Covid.

Essa questão da Covid, sei que é difícil porque não temos mais reserva, nem psicológica, nem econômica para ficar muito mais tempo nessa situação. Ninguém tem. Não é fácil para o prefeito carregar toda essa responsabilidade nas costas e, neste momento, ainda separado da família, para preservá-los, enfim, é difícil. Mas, vai passar. Já temos a vacina. É uma questão de tempo. Pode ser que demore dois, três, seis meses, mas, neste ano, temos uma clareza de que a Covid irá sumir como uma pandemia. Vai continuar existindo, mas como existe a HN1, a dengue, as outras doenças. Vai deixar de ter essa taxa de letalidade tão alta, como chegou a 4 mil pessoas num único dia, no País.

Então, queremos que, nessa volta ao normal, focar na retomada, com essa credibilidade, nos empregos e tratar das pessoas no pós-pandemia porque há a questão psicológica, tem questão física. Tem sequelas da Covid que deverão ser tratadas, em todos os aspectos. Já estamos discutindo isso. Teremos que cuidar muito mais da nossa gente, da nossa população. Então, este é o maior desafio, ter um diagnóstico preciso do pós-Covid. Não só na questão econômica, que isso está muito claro, mas na questão de Saúde, na qualidade de vida das pessoas, e, a partir daí fazermos todo um trabalho, para que as pessoas possam voltar a viver.

Não haverá fome em Santo André, apesar de toda essa situação econômica. E quando tudo isso passar, vamos investir em qualificação, em geração de empregos. Estamos prorrogando a questão tributária, com o vencimento dos tributos, vamos investir na requalificação. Acredito que nossa economia terá uma recuperação chamada em “V”, que é uma retomada rápida. Agora, não tem modelo de controle de pandemia.

 

Folha- Santo André celebra 468 anos, nesta quinta (8). Haverá programação especial para celebrar a data? Qual o presente que o sr. gostaria de dar à população?

Serra- O presente que gostaria de dar é a vacina para todos. Esse é o presente que estamos buscando, já protocolamos compras de mais de 2 milhões de doses. Queríamos dar esse presente. No mês de abril não será possível vacinar toda a população, mas estamos muito otimistas que o ritmo de vacinação irá aumentar bastante. Com relação ao evento, teremos neste sábado (10), a live Santo André Solidáriaàs 20h, que contará com apresentação musical do cantor Nando Reis. Para envolver toda a sociedade, o setor produtivo, para arrecadar alimentos, kits de higiene, agasalhos, para quem mais precisa e fazer o mês de abril, um mês solidário. Do dia 10 até o dia 30 de abril iremos fazer uma grande mobilização da sociedade para arrecadar kits de higiene, limpeza e alimentação para chegar a todas as comunidades como fizemos no ano passado. Distribuímos mais de 300 mil cestas. A Ana Carolina está capitaneando esse trabalho e vamos levar comida na mesa de todos os andreenses. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Não houve porque no ano passado alguns feriados tinham sido antecipados também. O conceito foi o mesmo, te antecipar para restringir circulação, mas cada um fez um decreto com o que tinha disponível. Nós, por exemplo, tínhamos o 8 de abril, para poder utilizar. Outras cidades não, então, nem sempre é fácil construir consenso, mas, pelo menos, conceitualmente, todos os prefeitos têm entendido que não há modelo no mundo, que consiga controlar a Covid que não seja esteja incluído no pacote de medidas, a restrição da circulação de pessoas, que evitem aglomeração, então, neste ponto, fomos muito eficientes.

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