É comum tutores notarem comportamentos agitados em pets, como corridas em disparada, por exemplo. Esta atividade é conhecida na Medicina Veterinária, sendo chamada de Períodos de Atividades Frenéticas, ou FRAPs (sigla em inglês). É possível observar esses momentos quando ocorre um acúmulo extremo de energia em cães e gatos, sensação similar a nossa, quando há descarga de adrenalina. Estes períodos duram apenas minutos, e são esporádicos, ocorrendo principalmente após uma boa refeição, soneca, ou quando o animal retorna do banho para estimular a secagem dos pelos, para retomada de seu cheiro natural, ou para liberar carga de excitação e estresse. No caso dos gatos, também é comum acontecer quando estão em estado de alerta, ao ouvirem ou virem algo ameaçador, como são caçadores por natureza, é a maneira encontrada para aliviar a descarga de energia.

“Os Períodos de Atividades Frenéticas” são naturais nos animais, mas devem ser observados pelos tutores, pois se o comportamento deixar de ser esporádico, para repetitivo, pode ser em decorrência de alguma disfunção neurológica ou patologia. Por exemplo, gatos idosos podem desenvolver distúrbios cognitivos pelas mudanças que passam no corpo e cérebro, já em felinos mais novos, pode ser uma disfunção digestiva. Outros sinais clínicos comuns aos animais são perseguir a cauda, lamber-se excessivamente e morder”, diz Natalia Azevedo, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera.

Além desses sinais clínicos observados entre os cães, a atividade pode ser sinônimo de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). É comum que, além da corrida, mordam a cauda, pulem em excesso, persigam seus tutores, pessoas aleatórias, se incomodem imagens refletidas no espelho ou insetos. Aconselha-se que os tutores devam evitar correr atrás dos animais nestes momentos, pois eles podem compreender que estão sendo perseguidos e fugirem. Se acontecer em um ambiente aberto, o tutor deve assegurar que o animal esteja sendo controlado por guia para que não ocorra um acidente”, aconselha a coordenadora.

Ao menor sinal de que o animal esteja apresentando comportamentos fora do comum, é preciso procurar por um médico veterinário imediatamente.