Shahnour Vaghinagh Aznavourian, ficou conhecido no mundo artístico como Charles Aznavour. Cantor, ator e compositor, nasceu na cidade de Paris no dia 22 de maio de 1924. Cantor francês de origem armênia, filho dos imigrantes Michael e Knar Aznavourian, que eram artistas e o introduziram no mundo do teatro, começando a atuar aos nove anos e logo assumindo o nome artístico de Charles Aznavour.

Além de ser um dos mais populares e longevos cantores franceses, foi também um dos mais conhecidos no exterior. Atuou como ator em mais de 60 películas, compôs cerca de 850 canções (incluindo 150 em inglês, 100 em italiano, 70 em espanhol e 50 em alemão). Ele vendeu quase 200 milhões de discos em todo mundo. Seu êxito como cantor aconteceu quando a famosa cantora Édith Piaf o ouviu em um espetáculo, levando-o consigo em uma turnê pela França e América do Norte.
Frequentemente descrito como o Frank Sinatra francês, interpreta canções principalmente evocando o amor. Durante a carreira construiu um enorme acervo discográfico com mais de 100 álbuns, escrevendo também musicais para o teatro. No cinema como ator, apareceu em 60 películas, entre as mais conhecidas estão “Atirem no pianista” e “O tambor”. Um artista diferenciado, Aznavour cantava em vários idiomas como: francês, inglês, italiano, espanhol, alemão, russo, armênio e português. Ou seja, um poliglota de grandes méritos.
Voltando à carreira cinematográfica como destacado ator, apareceu na aclamada película “O caso dos dez negrinhos” de 1974 e teve um papel como coadjuvante em “O tambor” de 1979, vencedor do Academy Award de melhor filme em língua estrangeira em 1980. Em 2002 estrelou “Ararat”, interpretando Edward Saroyan, um cineasta.
Em 1988, quando houve um terremoto na Armênia, Aznavour ajudou o país através de sua obra de caridade “Fondation Aznavour Pour L´arménie”. Por sua ajuda ao país, teve uma praça com seu nome na cidade de Everan, na Rua Abovian. Em 1988, foi eleito “artista do século” pela rede de televisão CNN e pelos usuários da Time Online . Também, foi reconhecido como notável performer do século com cerca de 18% do total de votos, desbancando os cantores Elvis Presley e Bob Dylan. Após a morte de Frank Sinatra em 1998, Aznavour era considerado como o último “crooner” tradicional vivo (intérprete de canções populares).
O cantor veio se apresentar no Brasil em várias ocasiões. Em abril de 2008 em uma temporada mostrou, apesar da avançada idade, que estava em grande forma. Foram apresentações marcadas pela presença de pessoas ilustres como a atriz Bibi Ferreira. Críticos de jornais fizeram efusivos elogios ao cantor cujas apresentações foram intensamente aplaudidas, em São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Porto Alegre. Em maio de 2013 e março de 2017, voltou ao Brasil, com shows em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife, com casas repletas, mostrando a vitalidade de sempre, apesar da longevidade.
Grande parte da extensa discografia foi gravada nas etiquetas Barclay e EMI Records, canções imorredouras como: Àmafille, Mourir d´Aimer, For me formidable, Et pourtant, La boheme, Que c´est triste Venice, Il fautsavoir, Les bom moments, Hier ancore, She e outras mais. A lista de artistas que interpretaram suas composições, abrange Fred Astaire, Bing Crosby, Ray Charles e Liza Minnelli. O cantor inglês Elvis Costello gravou a canção She (Ela)para a película “Notting Hill”. O tenor Plácido domingo, grande amigo de Aznavour, frequentemente interpreta em suas apresentações públicas, principalmente a versão em espanhol de “Ave Maria”, de 1994. Por mais de sete décadas de presença e sucesso, uma carreira coberta de glórias, Charles Aznavour faleceu aos 94 anos de idade no dia 1º de outubro de 2018, na cidade onde nasceu, Paris – a cidade luz. Os leitores que estiverem dispostos a ouvi-lo em memoráveis gravações, podem acessar o YouTube e passar por momentos de enlevo e deslumbramento.

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