Editorial

A CBF e seu ditador

A CBF e seu ditador

No segundo mandato do ex-presidente FHC, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, estava envolvido numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Federal. Os depoimentos das testemunhas, em sua maioria, não eram favoráveis ao presidente da CBF. A situação engrossou, quando o Super Sarney, perdão, senador José Sarney, o “todo-poderoso” nos bastidores de Brasília, foi em socorro ao presidente da CBF. Deu no que deu. A CPI foi esvaziada e a conta chegou dias depois. O filho de Sarney, o mesmo que censurou O Estado de São Paulo, ficou com uma das vice-presidências da CBF e a seleção brasileira foi obrigada a realizar um jogo amistoso no Maranhão, sem nenhum custo ao Estado dominado pela família Sarney. Com essa costa quente em Brasília, o presidente da CBF sentiu firmeza para vôos mais altos. Conseguiu trazer a Copa do Mundo de 2014 para o Brasil, sem a necessidade de ter o mesmo aparato bélico internacional que o Rio de Janeiro montou para trazer os Jogos Olímpicos para o Rio em 2016. Depois disso, com muita perspicácia e esperteza, fez da CBF uma impressionante fonte arrecadadora de contratos de patrocínio com o auxílio da Traffic, comandada pelo jornalista J. Hawilla (ex-Globo), dono de jornais (Bom Dia e Diário de São Paulo) e emissoras de TV, no interior do Estado, afiliadas à Rede Globo.