O prefeito eleito de São Caetano, José Auricchio Júnior, anunciou na quinta (22), os últimos nomes de seu secretariado. Poucas horas depois, realizou a primeira reunião com o primeiro escalão. No encontro, que durou mais de quatro horas, Auricchio abordou diversos temas, mas focou especialmente os ajustes que pretende fazer logo nos primeiros dias, necessários devido à situação que classificou de “pervertida” do atual governo, pelos poucos dados que a Comissão de Transição conseguiu colher, de maneira indireta; além das prioridades dos primeiros 100 dias de Administração.
No início da reunião, o prefeito eleito falou da necessidade de o novo governo se fazer presente em toda a cidade. “A população precisa de acolhimento, precisa saber que estamos nos doando para o município. Toda a equipe. Devemos estar 24 horas à disposição dos moradores de São Caetano do Sul, não importa os sacrifícios pessoais que isso imponha”, afirmou. “É necessário ter espírito público, que pode ser traduzido como doação. Vou me pautar muito por isso todo o tempo, e cobrar de vocês a mesma coisa”.
Auricchio expôs ainda a situação do governo atual aos secretários. Na quinta pela manhã, o Atende Fácil parou porque as impressoras foram retiradas pelo fornecedor, por falta de pagamento. Poucos telefones funcionam na Prefeitura e Secretarias, pelo menos motivo. Situação idêntica ocorre com Internet e comunicação de dados, prejudicando sistemas de arrecadação, por exemplo. Na Secretaria de Serviços Urbanos, havia apenas cinco pacotes de cimento na manhã do mesmo dia. Na Saúde, exames de laboratório não são realizados desde o dia 9. “O Verão será chuvoso, e as bocas de lobo estão sujas, além de nenhuma intervenção de microdrenagem ter sido feita. Corremos um risco imenso por irresponsabilidade da atual gestão, e a população precisa saber disso”, disse o atual prefeito.
Uma das ‘bombas-relógio’ deixadas pelo atual prefeito serão as férias dos servidores, proibidas no segundo semestre de 2016. Na Educação e na Saúde os casos são mais graves, por serem áreas fim. O fato é que, em 2017, a Administração de Auricchio terá de arcar com 15 folhas de pagamento, quando o normal são 13. “E não temos nenhuma informação direta se há provisionamento de caixa para isso. As informações que temos até agora é de que não, fora o bônus dos professores, que está atrasado”.
Para enfrentar a situação caótica, Auricchio montou um plano de emergência para ser colocado em prática já a partir do dia 2 de janeiro. Dos cargos comissionados, 30% serão congelados. Haverá cortes e revisões de contratos. Uma reforma administrativa, que prevê o fim da Secretaria da Comunicação e a racionalização da distribuição dos servidores públicos, será enviada à Câmara, assim como a criação da Controladoria Geral do Município, que englobará a Corregedoria, a Ouvidoria e a Auditoria (hoje Controle Interno).
O prefeito eleito estabeleceu como prioridade ainda a criação de cinco comissões para estudar ações emergenciais, em áreas consideradas críticas. “Precisaremos passar por um primeiro ano muito duro, de ajustes, para em 2018 retomarmos o caminho dos investimentos”, afirmou Auricchio.