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BASF é pioneira em programa de reciclagem de plásticos de engenharia no Brasil

Programa brasileiro CirculAí ressignifica resíduos da produção de plásticos de engenharia, oferecendo novos produtos com conteúdo reciclado

A BASF, indústria química localizada no Bairro Batistini, em São Bernardohá 30 anos, lidera um movimento global que busca a otimização do uso de plásticos e a promoção de práticas mais sustentáveis. A empresa criou o programa CirculAí, que nasceu em 2020 com o objetivo de incentivar a reutilização de sobras de poliamida 6 e 6.6, materiais utilizados na fabricação de produtos de longo ciclo de vida, como peças automotivas e componentes eletrônicos. Com o CirculAí, a BASF deseja mostrar a importância da economia circular, contribuindo para a redução do desperdício e o impacto ambiental das indústrias químicas.

O CirculAí foi idealizado na área de Plásticos de Engenharia, setor em que o representante técnico Rodrigo Pereira e o coordenador de negócios Pedro Zandonadi desenvolveram a proposta de reutilizar e ressignificar os scraps, como são conhecidas as sobras de poliamida 6 e 6.6, em clientes e parceiros. O objetivo era incentivar o uso de materiais reciclados, garantindo a rastreabilidade e o reaproveitamento.

“Em suas experiências profissionais anteriores, Pedro e Rodrigo se sentiam incomodados com o desperdício de materiais durante o processo de produção de injeção das peças plásticas, e as soluções que existiam no mercado não agradavam os clientes”, conta Gentil Boscolo, gerente de Plásticos de Engenharia na BASF. O líder, que acompanhou de perto o surgimento do programa,comenta que o desenvolvimento do CirculAí foi um desafio. “Embora a BASF há muitos anos saiba como operar resíduos plásticos industriais, esse conhecimento era limitado aos resíduos gerados internamente, oriundos de seu próprio processo de produção”.

A BASF é a maior produtora de poliamidas 6 e 6.6 da América do Sul na planta de São Bernardo. Inúmeros investimentos foram realizados na unidade, aumentando em 15% a oferta do polímero para os diferentes mercados que a empresa atua no continente. O investimento no País soma-se aos mais de 1,4 bilhão de euros investidos globalmente nos últimos 5 anos, no qual a BASF investiu para expandir seu portfólio de plásticos de engenharia, com ênfase nas poliamidas.

As poliamidas 6 e 6.6 são plásticos de engenharia que oferecem alta resistência mecânica e química, boa rigidez, estabilidade térmica e ótima performance ao longo do tempo. São utilizados em larga escala em bens duráveis, como peças automotivas, componentes da linha branca e eletroportáteis, conexões elétricas (residenciais e industriais), componentes eletroeletrônicos, entre outros.

Gentil Boscolo: gerente de Plásticos de Engenharia da BASF

CirculAí na prática

Os clientes da BASF podem tanto fornecer material para o CirculAí, quanto adquirir um produto feito com conteúdo reciclável. A BASF vende as poliamidas 6 e 6.6 para os clientes, sendo que cerca de 5% desse material processado vira refugo, os chamadosscraps. Os clientes interessados em participar do programa se cadastram como fornecedores, recebem treinamento sobre separação, armazenamento e emissão de notas fiscais. Para ser reutilizado, é necessário coletar ao menos 1 tonelada de material, que é devolvido à BASF, reciclado e transformado novamente em poliamida. “Quando fazemos o processo de circularidade, estamos consumindo menos recursos naturais, colaborando com a sustentabilidade e garantindo que produtos que já cumpriram seu papel no mercado retornem para novos produtos de vida longa”, explica o gerente.

Materiais de engenharia, em geral, levam muito tempo para se decompor, caso sejam descartados em um local inadequado. É por meio desta premissa que a BASF busca“desenvolver produtos que utilizem uma fração de materiais reprocessados e reciclados e que entreguem valor ao cliente através do alto nível de qualidade e desempenho técnico”, esclarece Boscolo.

CirculAí, grânulos reciclados de poliamidas aplicados na estruturação de novas peças de plástico

O CirculAí deu um novo significado aos resíduos dos clientes da BASF para além de sua planta. “Esse processo de desenvolvimento foi bastante desafiador, pois não havia experiência e conhecimento de como operar esse fluxo de materiais, inclusive quanto à rota de movimentação e quanto ao nível de qualidade esperado, dado esse novo processo. O Circulaí promoveu a criação de rotas, controles e processos que não existiam anteriormente”, diz Boscolo.

Sustentabilidade em foco

A preocupação com a sustentabilidade tem se intensificado em todo o mundo. O consumo excessivo de plásticos, em particular, tem gerado preocupação devido ao seu impacto ambiental. O relatório recente do Programa das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente prevê que a poluição causada por plásticos duplicará até 2030, causando consequências para saúde, economia, biodiversidade e clima.

            Além do CirculAí, a BASF possui um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Plásticos de Engenharia, equipado com tecnologia de ponta para promover inovações sustentáveis, adaptar produtos e apoiar clientes em seus projetos. A expansão da BASF nos negócios de plásticos de engenharia no Brasil iniciou em 2020 com a aquisição da fábrica da Solvay e culminou na construção de uma nova linha de produção de Sal Nylon, para completar a integração da cadeia de produção de poliamida 6.6 no país.

Planta da BASF no bairro Batistini, em São Bernardo