O custo de vida para as famílias da região metropolitana de São Paulo (RMSP) segue oscilando, embora em patamares bem mais modestos do que os observados no ano passado. Em maio, o custo de vida obteve a maior elevação do ano e subiu 0,34%, ante 0,24% registrado em abril. No mesmo mês do ano passado, o indicador havia crescido 0,86%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice registrou alta de 3,71%, porém, no mesmo período do ano anterior o crescimento foi de 10,26% – quase três vezes o valor apurado neste ano. Com isso, os preços acumularam alta de 1,23% nos primeiros cinco meses de 2017, sendo que, no mesmo período do ano passado a elevação foi de 4,05%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Os grupos Habitação (2,25%) e Vestuários, tecidos e calçados (1,57%) foram os que mais influenciaram na alta do custo de vida. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, em abril, o grupo de habitação desacelerou por causa do comportamento dos preços de Energia elétrica residencial, que assinalaram variação negativa de 8,09%. Em maio houve uma reversão de tendência, e este mesmo item se elevou em 9,87%. Já o segmento de vestuários, tecidos e calçados foi impactado sazonalmente, conforme já anunciado na análise do mês anterior, em decorrência da entrada da coleção outono/inverno, normalmente dotada de maior valor agregado e com preços superiores aos itens de verão.
Em contrapartida, as atividades de Transportes (-0,85%), Artigos do lar (-0,45%), Alimentação e bebidas (-0,09%) e Educação (-0,02%) apresentaram as maiores quedas no mês. O penúltimo deles é o grupo que possui maior peso entre todos os demais, ultrapassando 22%. As classes C, B e A foram as que menos sentiram as oscilações nos preços em maio, com altas de 0,36%, 0,28% e 0,19%, respectivamente. Já as classes E e D encerraram o mês com variações positivas de 0,51% e 0,47%, respectivamente.
IPV
Após alta de 0,53% em abril, o Índice de Preços do Varejo (IPV) apresentou estabilidade em maio, com variação nula. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador ainda apresentou alta de 2,26%. Em maio de 2016, o índice registrava variação positiva de 0,34%
O IPV é composto por oito grupos e, em maio, quatro deles registraram variações de preços negativas: Transportes (-0,69%), Artigos de residência (-0,52%), Alimentação e bebidas (-0,20%) e Educação (-0,30%). Em abril havia apenas três atividades com recrudescimento em suas variações. No segmento Transportes, as maiores quedas foram vistas nos itens Automóvel novo (-2,16%), Pneu (-1,28%), Motocicleta (-0,05%), Gasolina (-0,55%), Etanol (-2,47%) e Gás veicular (-0,92%).
Ainda de acordo com a pesquisa, no ano, os preços dos produtos ligados ao segmento de Transporte acumulam variação negativa de 2,25% – a maior queda entre os demais segmentos que integram esse indicador -, e em 12 meses, observou-se alta de 0,13%.
IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) registrou aumento de 0,70% em maio, ante o declínio de 0,05% em abril. No acumulado de janeiro a maio, o IPS atingiu incremento de 2,13%, e nos últimos 12 meses – junho de 2016 a maio de 2017 -, atingiu 5,25%.
Considerando os nove grupos que integram o medidor de preços dos serviços, apenas um acusou recuo em sua variação mensal: Transporte (-1,12%).
Ao contrário do que foi observado em abril, Habitação contribuiu com a principal influência para a alta em maio. O segmento assinalou alta de 2,88% no mês, acumulando 2,61% em 2017 e 3,3% no cômputo dos últimos 12 meses. O subgrupo Aluguel e taxas exerceu uma forte influência nesse resultado, tendo seus preços médios majorados em 3,75%. Além de Energia elétrica residencial, que apontou alta de 9,87% no mês, é importante também ressaltar o aumento de 1,04% em Condomínio, 0,44% em Aluguel residencial e 0,52% em Mão de obra.
Segundo a FecomercioSP, mesmo tendo havido uma leve elevação no CVCS, impulsionada pelo comportamento dos serviços, é importante ponderar que os preços na economia nitidamente têm evoluído a uma trajetória muito mais comedida que nos dois anos anteriores. Não há dispersão de alta entre os grandes grupos tampouco entre os itens dos grupos mais relevantes, como os alimentos.
A Entidade ressalta que os alimentos, em especial os derivados lácteos, poderão ter seus preços elevados em razão do clima frio – que afeta as condições de oferta e encarece o custo de produção. Ao contrário do esperado sazonalmente, os preços das proteínas animais estão com tendência de recuo, e isso pode beneficiar o orçamento familiar de forma significativa, especialmente em razão da alta representatividade que esse subgrupo possui.
Para os próximos meses, a Entidade pondera que o segmento de Habitação ainda pode sofrer alta por causa do reajuste no gás. Entretanto, não há nenhum indício de que haja uma reversão severa no quadro que se tem observado até o momento, mesmo levando em conta as instabilidades políticas existentes. A única variável que pode perturbar essa trajetória de preços comportados é o câmbio.