Política

Divulgação do resultado de eficácia da CoronaVac é adiado

O secretário estadual de Saúde, Jean Carlo Gorinchteyn, junto ao presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas e o secretário-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, João Gabbardo dos Reis, anunciaram, nesta quarta (23), informações sobre a conclusão do estudo clínico da vacina do Butantan contra o coronavírus e a eficácia do imunizante desenvolvido em parceria com o laboratório chinês, Sinovac Biotech.  

Segundo Gorinchteyn, a fase 3 de testagem da CoronaVac atingiu a superioridade da eficácia, de acordo com as exigências da Anvisa e da OMS (Organização Mundial da Saúde). “Evitaremos a morte de milhares de pessoas, haverá diminuição nas internações e poderemos resgatar a economia, os nossos sonhos, além de abraçar e beijar aqueles que estão tanto tempo distantes”, disse.

“Foram aplicadas mais de 20 mil doses da CoronaVac e os dados corroboram que a CoronaVac é a mais segura de todas que estão sendo testadas. Os resultados são excelentes e as manifestações adversas são leves, sendo que a mais frequente é de dor no local da injeção”, afirmou Covas.

Porém, os dados sobre a eficácia da vacina do Butantan não foram revelados. “Não foram divulgados os dados da eficácia por questões contratuais com o laboratório chinês, Sinovac Biotech. É preciso que haja análise dos resultados pelo NMPA, órgão chinês equivalente a Anvisa para, somente após, os resultados serem divulgados, no mesmo momento, também pelo Brasil”, explicou Covas. O prazo final para a divulgação será de até 15 dias.

O impedimento da divulgação dos resultados acabou frustrando a expectativa dos que aguardavam os dados de eficácia. “Os número são sigilosos, por acordos comerciais estabelecidos. O fato de eficácia superior a isso, porém diferente de outros países que essa vacina vem em uso, merecem uma reavaliação. O fato de isso acontecer transmite isonomia para que uma empresa possa dizer que, todo o estudo, toda a imunização, que foi estabelecida tem o mesmo percentual de eficácia em qualquer lugar do mundo. Isso não muda a estratégia vacinal. Trata-se de uma uniformização de dados. Não pode haver diferentes eficácias para a mesma vacina”, completou Gorinchteyn.

Com isso, ainda será aguardado a análise dos resultados pela China para somente, então, ser encaminhado para a Anvisa os resultados da fase 3 de testagem e, então, poderem ser aprovados. “Já poderíamos dar entrada na Anvisa, mas estamos respeitando os tramites burocrático para que possamos de forma conjunta ter o resultado, entre os países”, revelou Gorinchteyn. Gabbardo garantiu que isso não mudará a data do início da vacinação previsto para o dia 25 de janeiro de 2021.