A película “A Um Passo Da Eternidade” (From Here To Eternity), revigorou a carreira artística de Frank Sinatra. Depois de 1949, quando estrelou “Um Dia em New York” (On The Town), só apareceu em filmes secundários e de baixa bilheteria. Em 1952, época das filmagens nos estúdios da Paramount Pictures, seu prestígio estava no mais baixo nível. Vendas de discos em declínio, não renovação com a gravadora Columbia Records e sérias desavenças com a segunda esposa Ava Gardner, indicavam o começo do fim. Até aí, tudo estava dando errado em sua vida e era preciso um fato novo para mudar o rumo da carreira.
Ao ler o roteiro do filme, ingressou-se pelo personagem do soldado Ângelo Maggio, tralhado para ele; descendente de italianos de origem humilde, vivendo em uma cidade dividida por “ghetos” raciais, briguento e determinado como o próprio personagem. Era tudo que Sinatra precisava representar no cinema para dar a ”volta por cima”. Mas, conseguir o papel. Foi outra história.
O chefe dos estúdios da Columbia Pictures, Harry Cohn, já havia escolhido o ator Eli Wallack e a luta para Sinatra conseguir o papel foi grande. Os estúdios pagaria a Wallack US$ 150.000, Sinatra aceitou, por oito semanas de trabalho, a irrisória quantia de US$8.000 ao ser contratado. A versão oficial é essa. A exemplo da saída da orquestra de Tommy Dorsey, também nesse episódio há outra versão, mostrada no filme “O Poderoso Chefão-Parte I”(The Godfather), dos estúdios das Paramount Pictures de 1972. O personagem Johnny Fontane (Sinatra no caso), é afilhado de “capo” mafioso Dom Vito Corleone. Este envia a Hollywood um emissário para persuadir o produtor do filme a aceitar seu protegido no elenco. Como não conseguiu, no dia seguinte, a cabeça do cavalo de sua predileção, no valor de US$500.000 apareceu em sua cama.
O destacado desempenho no filme, repercutiu intensamente, culminando com a conquista do “Oscar” da Academia de melhor ator coadjuvante em 1953. Mais do que depressa, a influente gravadora Capitol Records o contrata, iniciando a mais importante fase de Sinatra no disco.
Elevado a astro dramático, a partir daí, podia escolher os papéis que queria. Assim, em 1955 protagoniza o viciado Frank Machine em “O Homem do Braço de Ouro” (The Man With The Golden Arm), dirigido pelo diretor austríaco Otto Preminger, ao lado da atriz Kim Novak. Filme rodado nos estúdios da United Artists. Seu desempenho valeu a indicação para o “Oscar” de melhor ator. Não ganhou, mas marcou presença.
Outra atuação segura deu-se em “Deus Sabe Quanto Te Amei” (Some Came Running) da Metro-Goldwyn Mayer em 1958, ao lado do amigão Dean Martin e da atriz Shirley MacLane.
A direção ficou a cargo de Vincent Minnelli. “Sob o Domínio do Mal” (The Manchurian Candidate) de 1962 da United Artists, para muitos críticos, seu maior desempenho. Sob a direção do experiente John Frankenheimer, atuou ao lado do ator inglês Laurence Harvey.
Outra magnífica presença cujo enredo conta a história de soldados presos durante a guerra da Coréia, que sofrem uma “lavagem cerebral” e são programados para matar o candidato à presidência dos Estados Unidos da América do Norte. Incrível coincidência como o ocorrido um ano após, quando do assassinato do presidente John Fitzgerald Kennedy.
A filmografia de Frank Sinatra abrange cerca de 60 filmes. Ator de respeito, quando entra em cena, magnetiza as atenções, cantando em musicais ou como ator dramático. Frank Sinatra foi um ator espontâneo es tudo o que se dispôs a fazer na vida o fez com esmero, dedicação e talento.
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