
Após prender, na quinta (16), 15 policiais militares suspeitos de envolvimento com o crime organizado, a polícia se debruça agora sobre as investigações do mandante do assassinato de Vinicius Gritzbach no aerorpoto de Guarulhos em 8 de novembro. Pela manhã, uma operação da Corregedoria da PM cumpriu os mandados de prisão e também sete de busca e apreensão contra policiais. Entre os investigados está um PM identificado como autor de disparos que mataram Gritzbach.
Foram 15 presos. Quatorze deles atuavam numa escolta ilícita de segurança pessoal de Gritzbach. Entre esses 14 havia um tenente que atuava como chefe da equipe. Os policiais chegaram a usar um veículo que imitava uma viatura descaracterizada, segundo a investigação. A intenção era valer-se da função de policial militar para dar aparência de que aquilo era uma segurança pessoal. Outro tenente preso facilitava as escalas de serviço de seus subordinados. O 15º preso é o suspeito de ser autor de um dos disparos.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, informou que a investigação usou várias ferramentas de inteligência para chegar à identificação do atirador. Desde a quebra do sigilo telefônico até o trabalho das estações rádio-base e imagens de câmera de segurança foram fundamentais para identificar o atirador. Agora, será realizada a coleta de material genético dos indivíduos presos e comparação com o material genético coletado no dia do assassinato.
“Alguns (policiais) realizavam escolta ilegal. Conseguiu-se comprovar que os policiais sabiam da conduta delituosa antes e depois, que o Vinicius era um criminoso que tinha função específica na lavagem de dinheiro e que continuava cometendo atos ilícitos após a delação premiada feita com o MP”, explicou Derrite, que ainda acrescentou: “Outro policial que não estava sendo investigado foi colocado na cena do crime. Com imagens, vídeos, fotos do dia do assassinato e imagens coletadas pela Corregedoria, chegou-se a conclusão que esse indivíduo é um dos atiradores e foi solicitada a prisão temporária. Ele já está sob custódia”.
O corregedor da Polícia Militar de São Paulo, coronel Fábio Sérgio do Amaral, e a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), deram mais detalhes sobre a apuração do caso.
“Vinicius era réu por duplo homicídio de líderes do PCC. Era réu e delator por ser envolvido com lavagem de dinheiro para o PCC. Os policiais tinham conhecimento disso e voluntariamente e conscientemente aderiram e continuaram fazendo segurança pessoal desse indivíduo. Por isso, foram considerados integrantes da organização criminosa”, disse o corregedor.
“Com a prisão de um dos atiradores, a investigação do homicídio e do mandante vai prosperar rápido”, disse a diretora do DHPP. “Temos quebras (de sigilo telefônico) que nos levam a outras pessoas, que não são policiais militares. Quanto aos mandantes, temos duas linhas de investigação, ambas (consideram que o mandante seria integrante) de facção. Foi um crime encomendado por membro do PCC e temos linhas adiantadas de investigação”.
Namorada de suspeito, apontado como olheiro, é presa
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de São Paul, prendeu, na quinta (16), a namorada do homem apontado como olheiro do crime que resultou na morte de Antônio Vinícius Gritzbach.
A mulher, de 28 anos, foi presa por tráfico de drogas. De acordo com as apurações, ela era responsável por comercializar as drogas de posse do namorado investigado no caso Gritzbach. A suspeita foi identificada após análise de provas técnicas, oriundas das investigações e trabalho de inteligência da Polícia Civil.
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