O saudoso Dr. Nevino Rocco estudava direito em São Paulo e contava que seu colega dividia um quarto, na Rua Silveira Martins, também em São Paulo, com o Sr. Evaristo Fernandes. Este ganhou um prêmio de dois milhões na loteria federal, comprou um terreno em São Bernardo, contratou projeto para construir e instalar a ELNI de Produtos Manufaturados Ltda.
A empresa Rudert iniciou as construções a partir de 1947 e as concluiu em 1950, quando teve início as atividades industriais.
A Fiação e Tecelagem ELNI ocupava uma área que ia da Rua Olavo Bilac até a Avenida Elni (depois a Prefeitura mudou o nome para Avenida Redenção). Tinha campo de futebol, a sede do clube social e os inúmeros galpões da fábrica, localizados de onde hoje é o Poupatempo até a Avenida Redenção. Havia também a caixa d’água, onde hoje é a Rua Henrique Alves dos Santos, 85, sede da Sociedade Amigos do Jardim das Américas. Esta era uma pequena estação de tratamento de água que possuía galerias pelas quais a água circulava, recebendo sulfato de alumínio, que tinha por qualidade tratar fisicamente a água utilizada no alvejamento dos fios, usados na confecção dos tecidos. Essa estação foi tombada pelo COMPAHC-SBC (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de São Bernardo do Campo).
A ELNI passava por dificuldades financeiras e a Prefeitura, autorizada pela Câmara de Vereadores, acredito que em 1968, decidiu desapropriar todas as instalações da ELNI: campo de futebol, sede social, estação de tratamento de água e pavilhões industriais, da Rua Olavo Bilac até a Avenida Elni (hoje Redenção).
Essa desapropriação foi muito útil para a cidade, pois atualmente abriga vários espaços, senão vejamos: Estádio Primeiro de Maio, Caps (Centros de Atenção Psicossocial), Poupatempo, sede da Soc. Amigos do Jardim das Américas, inúmeras repartições do Governo Estadual, estacionamentos etc.
Obrigado, ELNI, por ter existido em São Bernardo.
Tércio A. Nelli – integrante da AME-SBC (Associação dos Amigos da Memória de São Bernardo do Campo)
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