André Bomfim, da Bomfim Arquitetura Construída e Milton Bigucci, da MBigucci, empresários de duas das maiores construtoras do ABC, relevam as expectativas do mercado imobiliário, após a crise do setor e como os novos tipos de produtos, focados no lifestyle, com qualidade e serviços diferenciados têm atraído, cada vez mais, o interesse de seus clientes.

Folha do ABC - Como está a retomada de novos lançamentos imobiliários no ABC? Qual a projeção de lançamentos?

André Bomfim - O mercado da Construção no Brasil tem e sempre teve muito campo e demanda. Porém foi duramente prejudicado, primeiramente pelo bolha imobiliária e depois pela crise que assolou o Brasil. Após a bolha, o mercado entendeu que a qualidade, o produto, tem que ser bem idealizado e construído, com uma arquitetura diferenciada, uma proposta humana e um conceito de morar ou trabalhar em sintonia com o tempo que vivemos; ou seja, só terão sucesso os empreendimentos com qualidade técnica e estética.

Milton Bigucci  - A retomada está começando de forma consistente e sem loucura, como deve ser. As construtoras estão começando a lançar depois de uma paralização de 5 anos pela crise do país. Hoje, já se nota o entusiasmo do comprador. A MBigucci, por exemplo, está com dois lançamentos prontos para este primeiro trimestre: O Ed. Thiago em São Bernardo, e o Alameda MBigucci, em Santo André. E já temos mais 4 projetos aprovados, sendo dois em São Bernardo, um em São Caetano e um no bairro Aclimação, em São Paulo.

Folha - Em São Paulo há um boom de lançamentos de studios com metragens, na média de 20m² até 44 m², que já totalizam 3 mil unidades na cidade. No ABC, qual o perfil dos novos lançamentos? O público do ABC também se interessa por studios?

Bomfim - O conceito de studio, ou apartamentos de pouca metragem, só funciona se houver uma excelente localização, se o prédio contar com  serviços e tecnologia, para que sua vida seja prática, sem afetar o custo do condomínio. Este conceito reflete o viver contemporâneo, por isso é uma tendência forte no mercado.

Bigucci - Os apartamentos de 1 dorm. também são atrativos no ABC, embora eles sejam mais procurados em regiões próximas de metro. Geralmente os condomínios com apartamentos tipo studio possuem área de lazer completa e atraem pela praticidade, custo menor, fácil manutenção e rápida liquidez. Também é muito procurado por investidores que compram para locação, principalmente se o condomínio estiver localizado próximo a faculdades.

Folha - No ABC qual o valor médio do m²? Qual o município ou região com maior e menor valor? Em quais áreas a metragem poderá ser valorizada?

Bomfim - Só há metragem valorizada quando temos valor agregado, no que se refere a qualidade de vida. Por isso, nosso foco é o bairro Jardim em Santo Andre, onde estamos projetando um edifício com este perfil inovador, inédito na região.

Bigucci -  Com certeza os preços dos imóveis no ABC são pelo menos 30% menores que na capital paulista e Região Metropolitana, entretanto variam muito de acordo com localização e características, como tamanho, área de lazer, número de suítes entre outros. As cidades de Santo André, São Bernardo e São Caetano são as mais valorizadas. Os bairros Jardim (SA) e Rudge Ramos (SBC) são excelentes, com ótima infraestrutura, valorizando os imóveis.

Folha - O mercado tem expectativa de aumento do m² no ABC para este ano?

Bomfim - Tudo depende do produto; se ele tiver algum diferencial, a ver, localização, arquitetura, tecnologia, ou seja, um novo conceito de viver ou trabalhar, ele alcança um preço diferenciado no mercado. Não se pode generalizar os produtos, cada um tem sua especificidade. Mas, com certeza, o ABC e principalmente Santo André tem essa característica de viver bem e essa retomada na economia e na construção civil com certeza terá aspecto positivo no aumento do preço do metro quadrado nas regiões nobres, puxando para cima o valor em todas as outras regiões.

Bigucci - Os preços devem subir este ano. O momento de compra é agora, principalmente de imóveis prontos.