Eleições

Marinho: “o antipetismo perdeu força no Brasil”

O presidente estadual do PT e ex-prefeito de São Bernardo, por oito anos, Luiz Marinho (PT), disputa, novamente a Prefeitura do município. Em entrevista exclusiva, o candidato contou um pouco sobre seu Plano de Governo, sobre a situação do partido e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fez críticas a atual administração.

Marinho fez uma análise sobre o partido e os acontecimentos das últimas eleições. “O PT veio num crescimento contínuo desde a sua fundação até 2012. Em 2014, já havia aquela operação em busca de golpear a então presidente Dilma Rousseff e prender o presidente Lula. Então, nas urnas, em 2016 e 2018, o povo não depositou esperança, depositou raiva e ódio”, explica.

Mas, avalia que o pior já passou. “Aquela raiva, aquele ódio nas urnas contra o PT, que definiu os resultados, hoje, me parece que há uma frustração desse resultado. Houve um arrependimento, portanto há a possibilidade de uma eleição natural”, diz.

O candidato acredita que no Estado de São Paulo e no Brasil o antipetismo perdeu força. “Apostamos num processo de recuperação do crescimento do PT. Chegamos nessas eleições de 2020, com a chance de retomarmos o crescimento. Há no ABC a possibilidade de retomar as Prefeituras de Diadema, São Bernardo, Mauá. Acho que ainda é possível haver um segundo turno em Santo André. Enfim, no Estado, temos Guarulhos com possibilidade, Osasco, Carapicuíba, Jacareí, manter Araraquara, Rincão, um conjunto de cidades que o PT já governa. Não vamos voltar ao resultado de 2012, mas será um resultado infinitamente melhor do que em 2016”, pontua. Também acredita que seja possível vencer em cidades, cujas Prefeituras nunca foram disputadas pelo partido. “É o caso de Taubaté, de Mogi das Cruzes. Cidades que nunca conseguimos ter condições”, explica.

 

Lula

Na avaliação do candidato, Lula ainda é a principal liderança do PT. “Lula é a principal liderança com condição de transferência de votos. Não se compara com Doria, com Bolsonaro, com Alckmin, com FHC, com Aécio Neves. O Lula é a grande esperança do Brasil”, diz.

Em relação aos impasses jurídicos do ex-presidente, é enfático: “hoje, o Lula está livre, mas não com os seus direitos políticos reconstituídos, e se eles foram reconstituídos, é bem possível que o Lula seja o nosso candidato a presidência da República. Mas, ele pode querer liderar um processo diferente, pela sua idade. Enfim, ele tem saúde, tem energia e, na cabeça do nosso povo, é a esperança de reconduzir o nosso País para um processo transitório, onde voltemos a falar de emprego, de esperança, de educação, de sonho da juventude, enfim, coisas que víamos tão presentes no governo do presidente Lula”. Marinho ainda revela que o ex-presidente tem desempenhado um papel ativo nessas eleições municipais. “O Lula está presente na nossa campanha, tem gravado participação com vários candidatos a prefeito pelo Brasil”, afirma.

 

Obras em São Bernardo

Sobre a polêmica das obras paradas na cidade, explica: “o atual prefeito quem demorou para entregá-las. Quando planejei esse conjunto de obras, não planejei para fazer dentro do meu mandato. Não são obras de quatro ou oito anos. Planejei porque a cidade tinha necessidade. E os montantes eram muito significativos, coisa de mais de R$ 1 bilhão. Foi assim, havia dito isso em 2009. Os recursos estavam empenhados, os financiamentos internacionais contratados. O que o Orlando diz que não havia recursos é mentira”.

 

Plano de Governo

O candidato afirma que, caso eleito, irá realizar um aperfeiçoamento a partir do seu conhecimento sobre a cidade. “Retomaremos o processo participativo, onde o povo é o centro das decisões, dos investimentos, e quais serão os tipos de investimentos, as prioridades. Tendo a certeza de que a política de proteção social é uma necessidade. Voltar a falar de um Banco de Alimentos que funcione na sua plenitude, protegendo as pessoas da fome”, diz.

Caso eleito, também defenderá a geração de renda, de uma rede de fomento que possa estimular iniciativas para o desenvolvimento do micro, pequeno empreendedor, dos MEIs e ainda o fomento de políticas públicas, que foram interrompidas.