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The V – Discs – os discos da vitória

O projeto V-disc começou em julho de 1943, seis meses antes do envolvimento da América do Norte na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Quando o Capitão Howard Bronson foi designado para chefiar a seção de “Recreação e Bem-Estar do Exército”, como conselheiro musical. Ele sugeriu que as tropas poderiam usufruir uma série de gravações musicais com bandas militares, para motivar e melhorar o moral dos soldados.

Em 1942, o Serviço de Radiocomunicação das Forças Armadas (Armed Forces Radio Service) enviou discos de vinil de 16 polegadas em 33 rotações com sessões de gravações especiais, concertos, recitais, transmissões de rádio, trilhas sonoras e registros comerciais. Enquanto isso, a Federação Americana de Músicos, sob liderança de James Caesar Petrillo, foi envolvida em uma greve, proibindo gravações em estúdio, contra as quatro grandes gravadoras da época. Columbia, Decca. RCA Victor e Capitol Records.

Com a intervenção do Tenente George Robert Vincent, em 27 de outubro de 1943, houve um acordo com Petrillo, permitindo que, músicos gravassem para os militares, contanto que esses registros fonográficos não fossem comercializados. A partir desse momento, cantores, cantoras, conjuntos vocais e big bands começaram a gravar, uma oportunidade para produzir discos, bem como de ter audiência mundial disponível, garantida, receptiva e entusiasmada dos soldados, marinheiros e aviadores.

Os V-Discs foram um sucesso instantâneo no “front de batalha”. Soldados que estavam cansados de ouvir gravações antigas, receberam lançamentos novos e especiais, além de vitrolas portáteis, para ouvir artistas famosos da época. Uma seleção variada que incluía big bands, swing music, performances clássicas de eminentes orquestras sinfônicas, jazz e marchas militares. As redes de rádio norte-americanas enviavam programas de rádio “ao vivo” e alguns estúdios de cinema contribuíram com as mais recentes películas cinematográficas produzidas por Hollywood.

Alguns V-Discs traziam mensagens de artistas desejando sorte para os combatentes, como por exemplo, o V-Disc emitido em dezembro de 1943 com a seguinte mensagem: “Quem fala é o Capitão Glenn Miller, esperando que os soldados das Forças Aliadas desfrutem deste V-Disc que estamos fazendo exclusivamente para vocês”.

V-Disc significa “Disco da Vitória” e terminou em maio de 1949, quando as Forças Armadas determinaram que os registros não deveriam mais ser usados para finalidades comerciais. As matrizes originais foram destruídas, porém, em algumas ocasiões, o FBI (Federal Bureau Investigation), confiscou e destruiu V.Discs, que os militares tinham trazido em suas bagagens após o término do conflito. Entretanto, a “Biblioteca do Congresso” possui um acervo completo de V-Discs preservado pelo “Arquivo Nacional” com matrizes de metal.

Atualmente, compilações de V-Discs estão comercialmente disponíveis e são vendidas para colecionadores com preços que variam de 50 a 75 US$ em forma de compact disc. Como se pode entender, o programa V-Disc sobreviveu à greve dos músicos e “À Segunda Guerra Mundial”…

Com o final do conflito, o Tenente George Robert Vincent deu baixa do exército e recomendou que o programa fosse interrompido. No entanto, a produção continuou, embora em uma taxa muito reduzida, até maio de 1949. Durante os 6 anos, o programa V-Disc produziu 900 discos originais, contendo 3.000 gravações sendo que, 8 milhões de cópias foram enviadas para os soldados acantonados nos teatros de operações da Europa e do Pacífico.

Embora a maioria dos V-Discs não utilizados e suas matrizes tenham sido destruídas, os discos do pessoal que serviu nas forças armadas preservados e várias coleções foram produzidas com esse material. Quando se comemorou 50 anos do término da “Segunda Guerra  Mundial”, a Federação Americana de Músicos e as gravadoras, concordaram em renunciar à proibição e liberar a comercialização dessas gravações.

A greve dos músicos teve início em 31 de julho de 1942 até 27 de outubro de 1944,impedindo que a produção de inúmeras gravações fossem realizadas por cantores, cantoras, conjuntos vocais,  big bands da era do swing e músicas compostas  para  películas cinematográficas.

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