De que forma os gestores das escolas públicas e privadas de Ensino Fundamental da Região do Grande ABC Paulista estão inserindo a Educação Ambiental em seu currículo e de que forma administram esse processo? Essa foi a pergunta que norteou a dissertação de mestrado de Simone Maria Mozelli da Silva, do programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Para responder a essa questão, além da revisão teórica do tema, a pesquisa teve etapa documental, seguida de entrevistas com 15 gestores de escolas – públicas e privadas – considerando-se as sete cidades da região. A dissertação de mestrado de Simone teve orientação da professora Raquel da Silva Pereira, do PPGA-USCS.
Simone registra que a Educação para a Sustentabilidade (ES), que vai além da Educação Ambiental (EA), contribui de forma positiva para a melhoria da qualidade de vida não só dos alunos e professores das escolas e do bairro, mas de toda a região, contribuindo para o desenvolvimento desse território. “Assim, torna-se relevante verificar se e de que forma as escolas de Ensino Fundamental (EF) inserem práticas voltadas para a sustentabilidade. Para que a implementação dessas práticas seja eficiente é imperioso que não só os gestores, professores e alunos estejam envolvidos, mas toda a comunidade, em uma longa jornada a ser percorrida, uma vez que a conscientização de todos será primordial para o êxito do trabalho”, revela a advogada e agora Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Administração.
A pesquisadora conta que interessava a sua pesquisa conhecer e analisar como a ES estava sendo inserida no EF, ou seja, que políticas públicas estavam sendo desenvolvidas nesse sentido e como ocorria a gestão desse contexto nas escolas. “A pesquisa foi realizada dentro do escopo de gestão pública acerca da ES para que possa promover o desenvolvimento regional econômico e não apenas social e ambiental, uma vez que essas três dimensões não se separam, para que seja viável uma forma de desenvolvimento mais sustentável”, salienta Simone.
Além da revisão teórica, Simone realizou coleta de dados em campo, utilizando um roteiro de perguntas predefinidas, cujo objetivo foi analisar de que forma os gestores das escolas públicas e privadas de EF da região do ABC estavam inserindo a ES em seu currículo e de que forma a gestão pública escolar administrava esse processo. “Foram entrevistados 15 participantes, sendo um gestor de cada escola (7 estaduais, 5 municipais e 3 de ensino privado). As escolas foram selecionadas com base no perfil, priorizando incluir tanto as escolas localizadas em zonas rurais e as urbanas como escolas da rede pública e privadas, tendo como base os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), referentes ao Censo Escolar de 2020”, justifica a pesquisadora.
Resultados – Simone conta que a pesquisa evidenciou a carência de informações a respeito do tema por parte de algumas equipes gestoras, assim como destacou a excelência de alguns trabalhos realizados, no entanto, destacou-se a necessidade de melhor formação dos professores até mesmo para compreenderem as matrizes curriculares, os porquês da implementação de ações voltadas à EA e à ES serem tão relevantes no processo educativo e também de uma melhor formação da equipe gestora quanto à elaboração de projetos e agendas para elaboração de hábitos, assim como do conceito de políticas públicas. “Observou-se que, para que este processo se dê com clareza e fluidez, faz-se necessária uma visão mais abrangente das equipes gestoras a respeito do papel que a escola ocupa nessa luta pela preservação do planeta. Apesar de todas as escolas investigadas desenvolverem atividades voltadas ao meio ambiente, sustentabilidade, saúde e preservação, poucas possuem agenda de atividades e aplicações diárias, e isso inviabiliza a geração de hábitos efetivos. Os alunos, a equipe escolar e a sociedade aplicam por um tempo as ações, mas logo depois perdem o costume e não efetivam o hábito”, revela Simone.
De acordo com Raquel da Silva Pereira, orientadora do trabalho, a importância de sua pesquisa reside em “contribuir para disseminar práticas de gestão de EA e de ES na região estudada, bem como para suscitar reflexões sobre o que poderia ser feito para alcançar maior efetividade nessas ações, a ponto de criar hábitos e costumes sustentáveis nos alunos e em seus familiares”, avalia.
O acesso à íntegra da dissertação de mestrado de Simone Maria Mozelli da Silva pode ser feito no link: https://www.uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/arquivo/899.
O Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA da USCS é composto por: Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Administração. Contempla três linhas de pesquisa: Gestão para o Desenvolvimento e Regionalidade; Gestão Organizacional e Redes Organizacionais e Inovação. Mais informações sobre o programa, acesse: https://uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/ppga/mestrado-em-administracao.
Adicione um comentário