03 May 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
Lido 550 vezes
Avalie este item
(0 votos)

Vamos brincar um pouco. Começarei pelos meus pais.
Minha mãe Odette Celeste, filha de portugueses era Dete, Detinha. Meu pai filho de alemães, era Alberto Eduardo, o alemão. Lindo nome e os amigos o chamavam de Berto. Em 1938 começaram a nascer os filhos: Ronald. Desde que nasceu virou nenê...assim chamado por toda família até falecer.
Os amigos o apelidaram de corvo. Tinha uma lancha e os convidava a surfar no Riacho Grande. Formaram uma equipe dando então o nome de Corvo Lôco. Se apresentavam uniformizados, roupa própria vermelha com o nome estampado na frente. Nos sábados e domingos faziam pirâmides sobre a água. Montaram uma rampa sobre elas e puxados pela lancha, voavam no céu num paraquedas. A exibição com eles fazendo os cavalos de pau, fazia com que todos na praia da represa os aclamassem.
Outro apelido dele era Zazá. Havia um homem que andava pelas ruas de São Bernardo que com uma mão sobre o ouvido, ia cantando: ”Cadê Zazá, Cadê Zaza´, eu vou ali e volto já...”O Zazá também pegou. Nasci eu em 1939... quase nos 40. Divanir: sempre ouvi... Sr. ou Sra? Simplesmente Didi, mas quando um novo conhecido dizia Diva, eu já replicava: Didi. No fim virou tia Dica, Vó Dica e alguns até, carinhosamente, Dita e Drica. Em 1943, nasceu a Amarylis, lindo nome de uma flor e uma deusa, que ficou Lili e Liloca. Em 1946, chegou a Suzana. Como nessa época só sabíamos o sexo quando nasciam, e gostávamos de cantar o “Oh Suzana” quando minha mãe tocava ao piano, todos juntos escolhemos esse nome para ela. Vários apelidos que não pegaram, ficando Suza. A quinta filha nasceu em 1954. No casarão do Hospital São Bernardo. As freiras diziam: “Ela é uma rosinha”! Gostamos. A bisavó portuguesa era Rosa. Assim meus pais colocaram Rosa Maria. Até hoje é a Rosinha.
Bom, continuando a família. Theobaldo Coppini que viria a ser meu marido. Quando o Colégio Dona Leonor de Barros era na Rua Carlo Del Prete, anualmente faziam umas provas de rua, a volta do quarteirão. Tantas voltas e o primeiro recebia uma medalha. Mas na primeira volta, o primeiro também era premiado. E adivinhem: Theo completava essa e já parava. O chamavam “Pedro Bala”, também no futebol. E mais, “Pau de Virá tripa” tão magricela que era. Eu o apelidei de Theo, e assim ficou por todos. Lembro que meu irmão também foi premiado na prova sobre a bicicleta, por mais tempo quase sem sair do lugar, se equilibrando.
Bom, casamos em 1961 e em 62 nasceu nosso filho Roberto. A família o chamava “alemão” devido ser loiro de olhos azuis. Tinha grandes cílios e foi apelidado na escola de “peixe de olho morto” e “farol baixo”. Mas ainda vigora o Robi e para os tios, o alemão. Em 1964 nasceu o Ricardo. Usava óculos e teve vários apelidos. Quatro olhos, Maluf, Pé, Polenta. Esses apelidos foram em casa e na ETE. Quando fez Agronomia em Taubaté, sempre bom aluno, mas que gostava de umas biritas, acrescentaram ao Pé, que tinha um mau cheiro terrível (ainda bem que tratou) o Cova. Pé na Cova, pois que ele não iria aguentar muito na vida. Ainda bem que estavam errados. Hoje alguns amigos da época o tratam assim e os tios de Polenta.
Em 1969 nasceu o Renato. Quando o viram disseram: Chegou o lindinho! Pois os tios ainda o chamam assim. E ele é mesmo... Bom, eu chamo aos três, Ro, Ri e Re. Quando converso com eles, desde que eram pequenos, na conversa eu dizia meu neguinho, e até hoje a conversa é assim, também com meus netos, boa noite meu nego, neguinho...
Tudo isso que escrevi, foi lembrando que ninguém nunca viu esses apelidos como algo pejorativo, acredito que todos gostavam e levavam na brincadeira. Depois que adotaram a palavra Bullying “termo inglês, (bully=brigão), oing da palavra indica ação continua, ou seja, que acontece no presente e segue acontecendo no futuro, sem adequada tradução para o português”.
Depois que apareceu essa palavra, descobri quantos bullyings eu sofri na vida. Ainda bem que isso não me deixou marcada. Assim como a nenhum dos meus queridos.
Vamos fazer uma pesquisa? Me respondam quantos apelidos vocês já tiveram...
Abraço saudoso, de um coração com um coração - Didi, Dica, Dita, Drica....

Folha Do ABC

A FOLHA DO ABC traz o melhor conteúdo noticioso, sempre colocando o ABC em 1º lugar. É o jornal de maior credibilidade da região
Nossa publicação traz uma cobertura completa de tudo o que acontece na região do ABCDM.

Mais nesta categoria: Você se alimenta bem? »

7 comentários

Deixe um comentário

Make sure you enter the (*) required information where indicated.Basic HTML code is allowed.

Destaques

Main Menu

Main Menu