26 Apr 2024


São Bernardo e a Tom Maior

Publicado em Editorial
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São Bernardo e a Tom Maior

Como já acontece no desfile de carnaval do Rio Janeiro, várias capitais brasileiras já se trans-formaram em enredos de escolas de samba cariocas. São Bernardo, assim, neste ano foi o tema da Escola de Samba Tom Maior, no desfile do sambódromo paulistano, na sexta (4). Na grade do desfile constava a informação de que o enredo era “homenagem a São Bernardo”. O patrocínio foi dos sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores). A expectativa, no entanto, seria a presença do ex-presidente Lula desfilando no sambódromo do Anhembi. Segundo a Folha de São Paulo, sexta (4), os sindicatos compraram as fantasias das três últimas alas da escola, de um total de 22 alas. O Sindicato dos Químicos distribuiu 100 fantasias e “as demais foram vendidas por sindicatos de jornalistas, professores, servidores públicos e, principalmente, bancários”. Desde 2007, a Tom Maior se relaciona com os sindicatos, pois nesse ano homenageou o sindicalismo, com um carro alegórico destinado à CUT. A Tom Maior teve sempre uma ala destinada à CUT, que revende as fantasias aos associados.

Percebe-se, assim, que a intenção da iniciativa desses sindicatos era homenagear Lula, pois seria a primeira vez na “história deste país que um ex-presidente da República participaria dos desfiles no sambódromo como destaque de escola de samba. Esse tabu poderia ter sido quebrado neste ano no desfile da Tom Maior”. Realmente, a presença do ex-presidente Lula num desfile carnavalesco seria notícia na mídia de todo mundo, principalmente por ter deixado o cargo há pouco mais de dois meses. Mas a homenagem, mesmo sem a presença de Lula, poderia ganhar uma ampla repercussão. Ao exaltar a história da cidade, o período enfocado poderia ser destinado à época em que Lula enfrentou os militares, com detalhes importantes desses anos. Faltou uma presença mais forte dos sindicatos junto ao carnavalesco da Tom Maior para orientá-lo na confecção do enredo. Seria interessante colocar num carro alegórico, como fez Roberto Carlos na Beija Flor, os sindicalistas que ajudaram Lula naquele período de chumbo. Ao invés disso, o carnavalesco quis colocar no sambódromo animais como jaguatirica, suçuarana, iguana, etc. Não foi possível, pois os Ministérios Públicos Estadual e Federal iriam levar para a delegacia os responsáveis, caso a Lei de Crimes Ambientais fosse desrespeitada.

Como não conseguiram, colocaram a rainha da bateria, a mulata Rose Bombom, conhecida por suas roupas ousadas, com fantasia de iguana rastejando em frente à bateria da Tom Maior. Assim, fica difícil.

Última modificação em Terça, 22 Março 2011 09:33
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