26 Apr 2024

Publicado em Editorial
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O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), surpreendeu a todos, na manhã de quinta (31), ao revelar que não iria mais deixar o cargo, como previsto. Poucas horas depois, confirmou sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições de outubro.
O anúncio oficial foi realizado em um ato com prefeitos à tarde no Palácio dos Bandeirantes. A ameaça de desistência foi vista como um movimento de contra-ataque de Doria à ala do PSDB que defende a candidatura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
Doria foi o vitorioso nas prévias do PSDB, realizadas no final de novembro de 2021. Na época, obteve mais que a maioria dos votos e superou o concorrente, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. A disputa foi marcada por divergências e troca de farpas entre os pré-candidatos. O partido ficou dividido, apesar de muitos tucanos negarem os evidentes rachas internos.
Se Doria realmente desistisse da pré-candidatura, só acentuaria a crise interna que o PSDB enfrenta desde as prévias, com o racha entre aliados de Doria e Leite. Permanecendo no comando do Governo de São Paulo, seu vice, Rodrigo Garcia concorreria ao Palácio dos Bandeirantes sem a visibilidade de governador, isso iria comprometer o partido, que poderia não só correr o risco de perder São Paulo, mas submergir ainda mais, junto com o projeto viável para a terceira via, na disputa presidencial.
Até o momento, nenhum dos candidatos da terceira via: João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União Brasil) emplacou, efetivamente, sua candidatura, segundo apontam as recentes pesquisas de intenção de votos para driblar a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sergio Moro, deixou o Podemos, desistiu da candidatura à Presidência e se filiou ao União Brasil. Ainda não decidiu a qual cargo concorrerá nas eleições deste ano.
Doria, apesar de possuir índice de rejeição, é o candidato que possui maior visibilidade entre os demais a nível nacional. O tucano está no comando do Estado mais rico, da 21ª maior economia do mundo, que apresenta o melhor índice de desenvolvimento econômico do Brasil. Além disso, no auge da pandemia do novo coronavírus, atuou como protagonista do início da vacinação no país, principalmente, com a Coronavac, primeira vacina contra Covid-19 aplicada no Brasil. “Nem Bolsonaro, nem Lula tem a confiança dos brasileiros. É uma disputa de rejeitados”, disse o tucano durante o evento em que confirmou sua pré-candidatura.
Agora, o partido que possui um dos maiores números de filiados (1,4 milhões), que historicamente teve uma das maiores presenças na Câmara e elegeu o único presidente (Fernando Henrique Cardoso) em primeiro turno desde a redemocratização; que governa o Estado São Paulo, desde 1995, e mais de 600 cidades brasileiras, terá que, efetivamente, contornar uma das mais graves crises internas, desde a sua fundação, em 25 de junho de 1988.
Crise da qual, não deixa de fora o ABC. Das setes cidades, o PSDB comanda quatro municípios: Santo André, São Bernardo, São Caetano e Rio Grande da Serra. Em dois municípios, os tucanos Paulo Serra e Orlando Morando, já não ostentam mais a proximidade e afinidade no ninho tucano, que tiveram no início de seus primeiros mandatos como prefeitos, nem são mais vistos juntos em eventos de âmbito regional. Também, nas prévias tucanas, atuaram em lados opostos, quando Morando apoiou Doria e Serra, Leite. O momento é bastante delicado para os tucanos, que precisam deixar de lado as disputas internas para reorganizar o partido que, até então, atuava entre os protagonistas do cenário nacional e não repetir o mesmo fracasso das urnas, ocorrido em 2018, quando Geraldo Alckmin não obteve nem 5% dos votos válidos.

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