06 May 2024


A violência no vale-tudo eleitoral

Publicado em Editorial
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Os últimos episódios ocorridos têm aumentado o receio do que pode ocorrer nas celebrações do 7 de setembro ou até mesmo durante a campanha eleitoral, que terá início no dia 16 de agosto e se estenderá até o dia 1º de outubro, um período de 46 dias de ações nas ruas e na internet.
Na última semana, um tiro perfurou uma das janelas da redação do jornal Folha de S.Paulo, que fica no quarto andar de um prédio localizado no Centro da Capital. Jornalistas que estavam no local ouviram o som de um estampido na hora. Ninguém ficou ferido. Um juiz federal, que decretou a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, teve seu carro atingido por fezes de animais, ovos e terra, em Brasília.
No último dia 15 de junho, apoiadores dos pré-candidatos à presidência da República e ao governo de Minas Gerais, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Alexandre Kalil (PSD), foram surpreendidos por um drone enquanto aguardavam o início de um evento com os dois, em Uberlândia (MG). Segundo relatos dos militantes que estavam reunidos no local, o drone jogou fezes e urina em cima dos participantes.
Além disso, o vereador e pré-candidato a deputado federal Fernando Holiday e os pré-candidatos a deputado estadual Leonardo Siqueira e Lucas Pavanato, do partido Novo, foram alvo de protesto na Unicamp, que os impediu de falar. Em coro, os manifestantes gritavam "recua, fascista, recua, a Unicamp nunca vai ser sua". Também, recentemente, o PT realizou um evento de lançamento com as diretrizes para o plano de governo do pré-candidato da sigla à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O local foi invadido por um manifestante que se dirigiu na direção do petista com um celular nas mãos. Chamou Lula de corrupto e perguntou se Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice de Lula, voltaria “à cena do crime”.
No último final de semana, o tesoureiro do PT, Marcelo Aloizio de Arruda, foi morto a tiros pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, segundo imagens de câmeras de segurança. Marcelo, de 50 anos, foi baleado na própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu (PR). A comemoração tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula. Segundo consta no boletim de ocorrência, Guaranho chegou ao local de carro, onde também estavam também uma mulher e um bebê. Então, teria descido do veículo, armado, gritando: "Aqui é Bolsonaro!”.
Esses últimos acontecimentos são mostras tenebrosas do que o ódio alimentado pela polarização política é capaz de fazer. São episódios que já ilustram que outro tipo de violência paira sobre o país, a violência política.
A violência política já atingiu os Estados Unidos e o Japão. Em janeiro último, apoiadores do ex-presidente Donald Trump atacaram o prédio do Capitólio, a sede do Congresso norte-americano, em uma tentativa de mudar os resultados das eleições, cujo vitorioso foi Joe Biden. Cinco pessoas morreram e cerca de 140 policiais ficaram feridos.
Já no Japão, o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe morreu, após ser baleado por tiros de espingarda caseira, quando discursava em campanha na cidade de Nara, no oeste do país.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, fez um alerta, em Washington (EUA) que o Brasil poderá ter, nas eleições deste ano, um episódio ainda mais grave do que a invasão do Congresso, nos Estados Unidos. No vale-tudo eleitoral, não há dúvida de que o risco de acontecer alguma tragédia com algum pré-candidato ou após o resultado das urnas é, realmente, iminente.

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