03 May 2024


Antes, “o petróleo é nosso”. E agora?

Publicado em Editorial
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13/09/14
Antes, “o petróleo é nosso”. E agora?

Realmente, o Brasil pode se considerar como um país privilegiado. Não pelas coisas boas, como mereceria, mas por causa dos escândalos políticos que surgem um atrás do outro. O mais novo foi publicado pela revista Veja, na edição 2390, sobre o “Escândalo da Petrobrás”, por causa do engenheiro Paulo Roberto Costa, o homem bomba, que fez acordo com a Justiça de delação premiada para atenuar sua pena.

Ele ocupou a diretoria de Abastecimento e Refino da Petrobras entre 2004 e 2012, indicado pelo mensaleiro José Janene (PP). Em sua diretoria, passaram decisões sobre aluguel de plataforma e navios, manutenção de gasodutos e construção de refinarias e interesses bilionários que despertavam a atenção de governos, parlamentares e empreiteiras. No congresso, três partidos disputavam sua amizade, pois sua eficiência foi elogiada pelos padrinhos políticos. Na sua delação à Justiça, Paulo Roberto revelou a identidade de quem se beneficiou dos negócios escusos na maior estatal brasileira: deputados, senadores, governadores, ministros e partidos políticos. Foi um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado ilegalmente R$ 10 bilhões, parte deles foram recursos desviados da Petrobras e repasses. O negócio funcionava assim: para terem acesso aos milionários contratos de estatal, as empreiteiras eram instadas a reverter parte de seus lucros aos cofres da organização. O dinheiro, depois de lavado pelo doleiro, era distribuído entre os partidos políticos e os partidos da chamada base de sustentação do governo. Paulo Roberto foi preso em março deste ano sob suspeita de ocultar provas e as autoridades descobriram que ele controlava contas na Suiça com saldo de R$ 23 milhões. As provas são os documentos trocados entre o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto. O doleiro recebeu milhões de reais das grandes construtoras e fornecedores da Petrobras.
Assim, o delator Paulo Roberto revelou os nomes dos políticos que recebiam propinas, segundo a revista Veja: Re-nan Calheiros (PMDB), presidente do senado; Henrique E. Alves (PMDB), presidente da Câmara e candidato a governador do Rio Grande do Norte; Roseana Sarney (PMDB), governadora do Maranhão; Sergio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio; Edson Lobão (PMDB), ministro de Minas e Energia; Romero Jucá (PMDB), senador; Ciro Nogueira (PP), senador e mais 25 deputados federais. Pode se ver assim que os nomes dos políticos citados, em sua grande maioria, pertencem ao PMDB. O mais interessante nisso tudo é que há 40 anos, nas ruas das principais cidades do país, as passeatas gritavam que o “Petróleo é Nosso”. Isso era para evitar a presença de americanos na extração do petróleo do solo brasileiro. E agora, o petróleo faz parte da ganância dos políticos. Pois é...

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