Normalmente, no ABC é difícil um político progredir em sua carreira ao lançar sua candidatura para disputar o cargo de prefeito em condições de vencer o pleito. Isso no caso de não depender de padrinhos políticos, que podem, com seu prestígio, encurtar etapas para disputar uma sucessão municipal. Por exemplo: o candidato que se elege vereador, na maioria das vezes, tem enorme dificuldade, com o correr dos anos, em disputar uma eleição para prefeito. Assim, como vereador acaba fazendo parte da bancada da situação, isto é, apóia o prefeito de plantão. Quem não passa para o lado do Executivo, tem enorme dificuldade de conseguir algum benefício (conserto de ruas, limpeza de bairros, etc.). Assim, o vereador veterano entra para a "fila de espera" ligada ao prefeito e consegue benefícios para se reeleger. Fica acomodado nessa situação e não consegue sair da "fila". Todos que estão nessa situação "sonham", com o correr dos anos, em ter o apoio do chefe do Executivo para disputar uma eleição para prefeito.  A "fila de espera" é composta pela maioria de vereadores que dá suporte ao prefeito nas votações, mas dificilmente um deles terá chance de disputar a sucessão municipal. No caso de padrinho político, a situação é diferente. Desde que trabalhe o eleitorado em seus bairros continuadamente, as coisas poderão melhor se o nome desse vereador estiver aparecendo nas pesquisas eleitorais. Isso é um trabalho duro e desgastante. Não é para qualquer um. Um exemplo, desse estilo de trabalho isolado junto ao eleitorado, foi do médico Dr.Brandão, eleito prefeito de Santo André em três oportunidades, num tempo que não tinha reeleição. Brandão fazia visitas aos bairros, não só na campanha eleitoral, mas também como prefeito. Ao entrar em uma das residências sabia os nomes dos moradores e também dos cachorros, gatos e papagaios. Quem pretende ser candidatar a prefeito em alguma cidade do ABC, na base da falta de dinheiro para bancar o trabalho, pode seguir o exemplo saudoso ex-prefeito Newton Brandão.