A crise econômica, a cada dia que passa, mostra que a situação na indústria nacional está em queda bruta. Os últimos dados do IBGE mostram que a produção industrial  contínua em queda livre. Recuou, em setembro, pelo 19º mês consecutivo, agora com queda de 1,3% em comparação com agosto. No confronto com o mesmo período de 2014, a queda foi de 10,9%, com resultados negativos em12 dos15 estados pesquisados. Diante desses números, o empresário Abílio Diniz, em Nova York, declarou, no início deste mês, que “o Brasil está em liquidação”. Assim, tornou pública uma afirmação que, há meses está em volta dos escritórios de bancos, fundos de investimento e empresas brasileiras. Por outro lado, de acordo com matéria publicada pelo Estadão, no domingo (9), “na descrição de alguns executivos do mercado financeiro, é como se o País tivesse tornado, com a desvalorização do real, um imenso outlet: com negócios atrativos, que ficam ainda mais interessantes, para os americanos ao converterem as moedas. Uma idéia desse movimento está na pesquisa mensal da consultoria PwC sobre fusões e aquisições no país. De janeiro a setembro deste ano, mesmo com a queda do número de transações para 12% em relação ao mesmo período do ano passado, a participação de estrangeiros aumentou e, até o fim do ano, deve ultrapassar a de brasileiros em números de negócios. A diferença entre os dois foi diminuindo ao longo do ano, até chegar em setembro, a 50% de participação cada um. É a primeira vez que isso acontece desde que a consultoria começou a acompanhar as fusões e aquisições no Brasil, em 2002. Rogério Gollo, sócio do PwC, disse que “é uma nova onda de investimento estrangeiro chegando ao Brasil, pois é o último grande movimento desse tipo que aconteceu entre 2008 e 2010 com perspectiva de crescimento da economia brasileira”. Por outro lado, ao mesmo tempo em que a alta dos juros fez crescer  a dívida das empresas , o desaquecimento da economia derrubou a demanda, fragilizando a operação de muitas companhias. Um recorde feito pelo banco de investimentos Greenhil. A Coty, que adquiriu a divisão de consumo da Hypermarcas, é apenas uma das várias multinacionais  que voltaram a olhar com lupa o mercado brasileiro  nos últimos meses. Pois é, o Brasil virou outlet.