A excelente atuação do judiciário no processo do Mensalão e na Operação Lava Jato mostrou que o País estava merecendo uma ação forte contra os corruptos que vivem e dependem da política. Ainda bem que surgiram os juízes Joaquim Barbosa, em Brasília, e Sérgio Moro, em Curitiba, para darem os primeiros passos para levar os corruptos a prisão. Ninguém no País estava esperando atuações desse tipo, pois, até então, os políticos sempre saiam pela tangente e nada a acontecia. Assim, os políticos e empresários de alto nível também vão para cadeia sem nenhum privilégio e vão cumprir penas superiores há 10 anos. Mas, Moro disse que sua atuação "mostrou indícios de corrupção sistêmica, profunda e penetrante no âmbito da administração pública", durante palestra no Fórum Aner (Associação Nacional dos Editores de Revistas), no Hotel Renassaince, em São Paulo. As duas ações do judiciário prenderam quase todos envolvidos na garfada do dinheiro público. Essas duas atuações do judiciário, evidentemente, mostraram que a corrupção pode ser combatida desde que haja juízes honestos e interessados em levar adiante o problema. Na sua palestra, Moro enfatizou que "no caso da Petrobrás, há indícios que todos os grandes contratos envolviam pagamento de propina. O nível de deterioração da coisa pública é extremamente preocupante". Apesar disso tudo, ainda há muito coisa a fazer, pois somente agora dois juízes corajosos botaram a mão na massa. São eles Joaquim Barbosa e Sérgio Moro. Mas, eles não podem fazer milagres, como fizeram até agora. Sobre isso, Moro tem a seguinte posição sobre o assunto: "a corrupção não será exterminada por operações como a Lava Jato ou por ações com o processo do Mensalão, mas com as mudanças nas instituições. Não será a Operação Lava Jato que vai resolver o problema da corrupção no País. Não foi o mensalão que resolveu o problema da corrupção no Brasil. Mas o que nós, como cidadãos, vamos fazer a partir de agora?" Daqui para frente espera-se que haja realmente igualdade neste País entre empresários de renome e políticos que, até então, não sabiam como era uma cela na prisão. É isso aí.