06 May 2024


O problema com a reeleição

Publicado em Editorial
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Um político com muita bagagem e experiência, nas conversas reservadas com amigos sobre eleições municipais, costuma resumir a atuação de um prefeito em duas atividades: 1) cuidar da cidade e 2) se, precisar, cuidar da do Caixa 2. Porém, faz a seguinte ressalva: os que invertem essa ordem não conseguem se reeleger. Isso pode parecer, no dia-a-dia, uma brincadeira de mau gosto ou uma utopia. Pode ser. Mas, tem um fundo de verdade por causa da atuação dos políticos quando estão no poder, ou melhor, ou melhor, quando sentam, pela primeira vez, na cadeira do poder. Enfim, como dizem os letreiros de filmes exibidos nos cinemas, qualquer semelhança com o texto abaixo será mera coincidência.
Santo André mostrou, anos atrás, como um prefeito não conseguiu se reeleger. Tinha pela frente uma enorme chance de se tornar uma nova liderança na cidade e até na região, principalmente pelo fato de políticos, com curral eleitoral, estavam no fim de carreira ou que tinham falecidos. O campo estava livre para uma nova liderança política. Um jornalista, que visitou o refeito, semanas após sua posse, depois de um chá de cadeira de duas horas, juntamente com outro amigo, abordou o assunto com o chefe do Executivo, quando foi chamado ao gabinete. Enfatizou que isso seria decorrente do resultado de uma boa administração. Evidentemente, que não adiantou nada, pois o que tomava espaço na sua cabeça do novo prefeito era estrondosa vitória sobre o PT, que depois de 12 anos perdia a prefeitura. Naquela eleição, o prefeito teve mais de 80 mil votos no primeiro turno e mais de 214 mil votos no segundo. No dia-a-dia no comando da máquina administrativa, o prefeito não tinha controle geral sobre o secretariado, pois boa parte deles não conhecia a cidade e tinha liberdade para trabalhar. Assim, cada um não dava a devida satisfação ao “chefe”. Alguns deles, como secretário de comunicação e também o pessoal da área de marketing, no dia-a-dia, em quase quatro anos de mandato, não atendiam telefonemas da mídia, pois “estavam em reunião”, “no momento, não podem atender ao telefone”, etc. O relacionamento azedou a tal ponto que até o principal jornal da cidade espezinhou o prefeito com o caso Semasa, durante um mês. Outras publicações também reclamavam sobre o atendimento desse setor. Com o passar dos anos, as fofocas sobre a administração da cidade aumentavam a cada ano e nada era feito para amenizar esses comentários maldosos. Assim, chegou sem fôlego político para disputar a reeleição. Como prefeito, sem se afastar do poder, foi derrotado no primeiro turno. Isso dificultou uma reação no segundo turno.  O prefeito era conhecido em toda a cidade, mas com uma péssima imagem. Seu adversário, que ninguém conhecia, saiu vitorioso. Essa é a realidade de quem não consegue se reeleger, mesmo com uma boa Caixa 2. Também, a atual senadora Martha Suplicy também não conseguiu se reeleger na cidade de São Paulo. Esse é o caminho dos perdedores.

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