26 Apr 2024


Luiz Carlos Cocola França Kassab - * 02/04/1978 - 20/11/2020

Publicado em Luiz José M. Salata
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O Dr. Kassabinho partiu precocemente. Os familiares e amigos, a 39ª. Subseção de São Bernardo da Ordem dos Advogados do Brasil, os componentes dos Conselhos onde trabalhava e  seus funcionários, lamentam o seu passamento. Nascido aos dois de abril de 1978, em São Paulo - Capital, filho de Carlos Eduardo França Kassab e de Viviana Cocola Kassab, caçula dentre os irmãos Paulo Eduardo e Ana Luiza, foi criado desde pequeno em São Bernardo. Ao nascer, foi constatado que possuía uma deficiência física congênita, pela má formação nos membros inferiores, fator que o impediria de andar, o que tornou necessário o uso de cadeira de rodas. Apesar da deficiência física, a infância e adolescência transcorreram como de qualquer outra pessoa, nos estudos, nas brincadeiras, nas viagens e curtição com os amigos, graças ao apoio e incentivo incondicional de sua família muito unida e de inúmeras amizades que, com muita luta e determinação  deram condição a uma criança  ter os seus direitos de cidadão respeitados. Frequentou o ensino fundamental em São Caetano, na Escola Irmã Catarina, e o colegial no Colégio Piaget, em São Bernardo. Ingressou na Faculdade de Direito de São Bernardo, tendo concluído o Curso de Bacharelado na Turma do ano 2000, e foi inscrito na Ordem dos Advogados sob nº 197.829. Iniciou-se na advocacia com escritório próprio, até ser convidado para assumir a Coordenadoria de Atividades Sociais, com atuação junto ao Departamento de Políticas Afirmativas e Conselhos Municipais na Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, acumulando tarefas,cujo trabalho está estreitamente ligado com pessoas com deficiência e  atuação de políticas  voltadas à causa. Deu apoio administrativo e jurídico  a todos os Conselhos correlatos.  Foi indicado e assumiu o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas Idosas, tendo sido Vice-Presidente, como também o Conselho Municipal dos Direitos  das Pessoas com Deficiência, ocupando a Presidência.  Assumiu também a Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da 39ª. Subseção de São Bernardo da OAB, exercendo também brilhante trabalho. No Consórcio Intermunicipal do ABC, composto das Prefeituras do ABCDRPMRS, foi membro dos Grupos de Trabalho do Idoso, das Pessoas com Deficiência e do Racial. Sempre que indagado sobre a atuação nas áreas de idosos e deficientes, apregoava que essas atividades enriqueciam os seus trabalhos, pois são semelhantes. Considerava que a assistência aos deficientes deveria ser muito mais ampla e dotada de vários suportes, o que lamentavelmente os idosos ainda não dispõem. Sempre apregoava a necessidade de evolução na questão da acessibilidade, atualmente estagnada, merecendo assim estudos mais profundos e permanentes para sanar tão grave dificuldade aos deficientes físicos. As calçadas que não dispõem de segurança para as cadeiras de rodas, com buracos e obstáculos, inexistem banheiros públicos adequados na maioria das lojas comerciais, clubes, shoppings e afins, o que provoca dificuldades para as atividades em geral. A sua grande preocupação residia na formalização de legislação mais ampla e afirmativa para atendimento dos deficientes, pois na realidade como sempre afirmava, na atualidade elas são picadinhos de leis, portanto necessário um amplo estudo com formação de grupos de trabalho para unificá-las e atingir as profundezas reais do assunto. O seu ativismo sobre a pessoa com deficiência começou em 2005, pois desde os tempos de faculdade se interessou pelo assunto, tanto é verdade que o tema da monografia da  conclusão de curso versou sobre as dificuldades dos portadores. Sempre conciliando o cumprimento das suas tarefas decorrentes das múltiplas atividades nos Conselhos, nos cuidados com sua saúde e alimentação, ainda encontrava tempo para praticar natação, esporte  que iniciou  desde criança. O irmão mais velho, Paulo Eduardo, sempre lhe incentivava para aprender a nadar, desde pequeno, mas ele relutante dizia que tinha medo de se afogar. Tendo como  companheiro inseparável, Paulo Eduardo, fez questão de insistir para que perdesse o medo e munido de bóias salva-vidas  nos braços, jogou-o na piscina e disse-lhe para que nadasse, o que deu certo.O grande incentivador, o acompanhou em todas as atividades desse esporte, nas competições de travessia em águas abertas, olímpicas e paraolímpicas, fundista no mar, tendo sido vice-campeão brasileiro, na modalidade crawl, ainda recebido várias medalhas. Ainda praticou tiro ao alvo com espingarda de ar comprimido, alcançando bons resultados.Faleceu no dia 20 de novembro último. Deixou importante legado em favor de legislação mais abrangente aos deficientes.

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