29 Apr 2024


Ruy Barbosa +1º/03/1923 – 100 anos (I)

Publicado em Luiz José M. Salata
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O grande jurista, Ruy Barbosa de Oliveira seu nome completo, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador, foi um polímata brasileiro. Nascido em Salvador, no estado da Bahia, em 5 de novembro de 1849, Filho de João José Barbosa de Oliveira e de Maria Adélia Barbosa de Oliveira, na Rua dos Capitães, hoje Rua Ruy Barbosa, Freguesia da Sé, na cidade do Salvador, na então Província da Bahia, era irmão de Maria Adélia e sobrinho, por parte de mãe, do Barão de Mucuri e de Luís Antônio Barbosa de Almeida, que foi Presidente da Província da Bahia de 3 de novembro de 1864 a 2 de maio de 1865, atuando durante a Sabinada. O pai de Barbosa, João José Barbosa de Oliveira (1818-1874), era filho de Rodrigo António Barbosa de Oliveira, nascido em Salvador em 1768, e de Maria Soares Simas. Pelas mãos do primo Luís Antônio, ingressou na política em 1846, como Deputado Provincial, tendo sido também Deputado Geral entre 1863 e 1868. João José tinha outro importante aliado político, Manuel de Sousa Dantas. Dantas seria o padrinho político de Ruy Barbosa, levando-o, pela amizade com o pai, à Câmara Provincial e depois à Imperial, no início de sua carreira política. Ruy também iniciaria sua carreira como advogado em 1872 no escritório de Dantas, em Salvador. Aos cinco anos, Ruy Barbosa fez seu professor Antônio Gentil Ibirapitanga exclamar: - este menino de cinco anos de idade é o maior talento que eu já vi, pois em quinze dias aprendeu análise gramatical, a distinguir orações e a conjugar todos os verbos regulares. Em 1861, aos onze anos, quando estudava no Ginásio Baiano de Abílio César Borges, futuro Barão de Macaúbas, Barbosa fez o mestre declarar a seu pai - seu filho nada mais tem a aprender comigo. Ali, como ele mesmo diz mais tarde, viveu a maior emoção de toda a sua vida, quando recebeu uma medalha de ouro do Arcebispo da Bahia.
Em 1864, concluído o curso ginasial, mas sem idade para entrar em uma universidade, passou o ano estudando alemão. Ingressou na Faculdade de Direito do Recife em 1866, então uma das duas únicas faculdades de Direito do Brasil, juntamente com a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo. Dois anos depois de iniciado o curso, transferiu-se para São Paulo, com seu colega de faculdade Castro Alves. Em 1868 abrigou em sua casa, por alguns dias, Castro Alves, seu antigo colega no Ginásio Baiano. Com a queda do gabinete do Primeiro Ministro Zacarias de Góis, Ruy Barbosa homenageou, em um banquete, o abolicionista liberal e então deputado José Bonifácio de Andrada e Silva, o Moço, seu professor de Direito em São Paulo. Em 1869, proferiu um discurso em praça pública, homenageando os soldados que haviam retornado da Guerra do Paraguai. Em seu discurso, conclamou o Exército para que também se engajasse na causa abolicionista. No mesmo ano, realizaria uma conferência chamada "O Elemento Servil", onde defendeu a ilegalidade da escravatura, com embasamento jurídico na Lei Feijó, de 1831, que extinguiu o tráfico de escravos. Ruy anteriormente já havia publicado no Radical Paulistano, periódico que fundou juntamente com Luís Gama, o seu primeiro manifesto abolicionista. Em 1870, graduou-se como bacharel em Direito em São Paulo, retornando à Bahia. Ainda estudante em São Paulo, estreou na tribuna popular defendendo um escravo contra seu senhor, em 1869, dois anos antes da Lei Rio Branco. Voltando à Bahia, depois de formado, começou a advogar e estreou no júri, como registrado em palestra proferida em 1897, no Theatro Polytheama Bahiano, durante a 1ª Conferência do Partido Republicano Conservador: A sua estreia na tribuna forense foi na Bahia, a desafronta na honra de uma inocente filha do povo contra a lascívia opulenta de um mandão. Ruy começou a trabalhar no escritório de advocacia de Souza Dantas, em 1872. Nesse mesmo ano, iniciou-se no jornalismo, colaborando regularmente no Diário da Bahia, que era também de propriedade de Souza Dantas. Em 1873, assumiu a direção do Diário da Bahia e fez conferência no Teatro São João sobre "eleição direta". O pai confessa, em uma carta, que poucos o igualam, que ele foi aplaudido de um modo que lhe comoveu. Faleceu em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, em 1º de março de 1923. Portanto há cem anos o grande Ruy nos deixava, pois era considerado um dos grandes intelectuais mais conhecidos de sua época, mercê de suas notáveis qualidades pessoais e de sua insuperável inteligência. Viveu à frente do seu tempo e cujos ensinamentos ecoam nos ambientes judiciais e políticos até a atualidade, considerado o guardião das leis da nossa República. Do alto dos seus 1,58 metros de altura, defendia a abolição da escravatura, o acesso das mulheres às faculdades, o ensino técnico-industrial, as liberdades individuais e o federalismo. Considerado como o político mais notável da história brasileira, o notável Ruy, além de ter sido recordista de mandatos legislativos, ao passar 45 anos de sua vida em cargos eletivos, como Deputado Provincial e Deputado Geral no estado da Bahia, e Senador pela Bahia dos quais 32 anos, de 1890 a 1923, falecendo no exercício do mandato o que ensejou emprestar o seu nome como Patrono do Senado Federal. Candidato a Presidência do Brasil e coautor da primeira Constituição Republicana, tendo sido designado por Deodoro da Fonseca como representante do nascente governo republicano, tornando-se um de seus principais organizadores. (Continua)

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