26 Apr 2024


Revolução Constitucionalista de 1932

Publicado em Luiz José M. Salata
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Faz 81 anos do seu inicio em 9 de julho de 1932. A Revolução Constitucionalista de 1932, a Revolução de 1932 e mesmo a Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido no Estado de São Paulo, com o objetivo da derrubada  do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova Constituição para o Brasil. Foi a primeira grande revolta contra o Governo de Getúlio Vargas e o último grave conflito armado no país. Para ilustrar o tema, necessário se faz o retorno na história para se buscar os embriões deste que é considerado um dos mais emblemáticos e maiores movimentos armados da história do país. No período da República Velha (1889/1930) foi formada uma aliança entre os estados mais ricos e influentes do país à época, São Paulo e Minas Gerais, cujos representantes políticos alternavam-se no cargo de Presidente da República. Essa união ficou conhecida como “a política do café com leite”. Em 1930, o então Presidente Washington Luiz Pereira de Souza rompeu a aliança com os mineiros e indicando o Governador de São Paulo (na época era denominado Presidente de Estado) Júlio Prestes, para disputar o pleito presidencial como seu sucessor, venceu as eleições derrotando Getúlio Vargas. As oligarquias mineiras não aceitaram o resultado e articularam um golpe de estado, com a adesão dos Estados do Rio Grande do Sul e da Paraíba, e assim levaram ao poder o gaúcho Getúlio Vargas, então candidato derrotado nas eleições livres. Agindo dessa forma, os articuladores impedindo a posse do eleito Júlio Prestes, destituíram e derrubaram do poder o Presidente Washington Luiz Pereira de Souza, em que pese nascido em Macaé – RJ, era considerado paulista. Portanto, os golpistas invalidando a Constituição de 1891, destituíram os Governadores de diversos estados e passaram a nomear interventores, fecharam o Congresso Nacional e instauraram o Governo Provisório sob a chefia de Getúlio Vargas, liderados militarmente pelo Tenente Coronel Pedro Aurélio de Góis Monteiro, em 03 de novembro de 1930. A partir de então, os paulistas inconformados com o golpe e das nefastas conseqüências políticas advindas com a situação da segregação imposta no estado, passaram a formar grupos opositores que gradativamente se fortaleciam, principalmente pelos estudantes do Largo de São Francisco e da população em geral. Mas, de outro lado existia o grupo dos tenentistas e dos adeptos do povo da ditadura getulista. Havia diversas brigas entre esses grupos contrários, pois cada qual por seus membros disputavam a verdade das idéias, o que provocou diversos conflitos. No dia 23 de maio de 1932, essas forças políticas se encontraram e se defrontaram em São Paulo, na Praça da República, culminando com a morte de quatro estudantes: Mário Martins de Almeida (MARTINS), Euclides Bueno Miragaia (MIRAGAIA), Dráusio Marcondes de Sousa (DRÁUSIO) e Antonio Américo Camargo de Andrade (CAMARGO), formando assim um grande movimento de oposição, com a sigla MMDC. Em 24 de maio de 1932, o MMDC foi organizado como sociedade secreta e passou a tramar, junto de muitos populares e líderes de entidades e da maçonaria, um movimento visando a derrubada de Getúlio Vargas, tendo como bandeira e objetivo a proclamação de uma nova Constituição para o Brasil. Assim, São Paulo levantou-se em armas no dia 9 de julho de 1932, para livrar o Brasil  de um governo autoritário que se apossou indefinidamente no poder, esmagando os direitos de um povo livre. O conflito armado durou 87 dias, até 04 de outubro de 1932, com um saldo oficial de 1000 mortos, mas que, pelas estimativas reais atinge 2200 mortos, como ainda de muitos danos no interior, principalmente nas divisas com os estados limítrofes. A Lei nº 2.430/11, inscreveu os nomes do MMDC, heróis paulistas da Revolução Constitucionalista de 1932, no Livro dos Heróis da Pátria. Depois da Revolução de 32, São Paulo passou a ser governado por paulistas, e dois anos depois uma nova Constituição foi promulgada, a de 1934. Se valeu a pena ? Valeu, pois os paulistas deixaram esse grande exemplo de patriotismo, pois defenderam a legalidade para o país. Porém, lamentável, pois para alguns o feriado estadual de 9 de julho, apenas serve para a emenda com destino à praia e shoppings, sem quaisquer referências a esse grande fato histórico que deixou a expressiva marca para a mocidade paulista e brasileira.

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