Existe um conceito que vem ganhando força na comunidade médica e paulatinamente se espalhando para o dia a dia das pessoas, é a medicina 3.0.
Só para situar o leitor, a medicina passa a ser dividida em três eras. A primeira era é do período não científico, onde os diagnósticos e tratamentos, vinham da observação e muitas vezes associados a crenças. Esta época abrange os primórdios da humanidade, onde civilizações bastante primitivas já realizavam a abertura da calota craniana em pacientes que sofriam com muita dor de cabeça, por exemplo, para a saída de maus humores e ou maus espíritos. O final desta primeira era, ou medicina 1.0, ocorre com o surgimento do iluminismo e da ascensão da ciência, a qual atinge o seu ápice no século XX. Estamos falando da medicina 2.0, que estabelece protocolos científicos para diagnósticos, tratamentos clínicos e cirúrgicos e suporte à vida.
   Neste período a expectativa de vida da população mundial avança de maneira significativa, com conquistas que incluem a anestesia, antibióticos, vacinas, métodos diagnósticos dos mais variados, o advento do cuidado intensivo nas UTIs, entre outras inúmeras conquistas.
   Mas o que é a medicina 3.0. Com toda a evolução cientifica que tivemos, principalmente no século vinte e que invade o século vinte e um, a possibilidade de sermos mais assertivos e contundentes na prevenção de doenças, bem como no manejo das mesmas de forma individualizada, visa durante o decorrer da nossa jornada de vida, nos prepararmos para ampliarmos o nosso tempo, porém com qualidade e independência na terceira idade. A medicina 2.0, melhorou a prevenção de muitas doenças e principalmente o tratamento de outras tantas, a partir do seu diagnóstico, possibilitando aumentar a expectativa de vida, mas sem necessariamente com qualidade, criando uma quantidade significativa de pessoas na derradeira década da sua caminhada, totalmente dependente de terceiros.
   Esta terceira onda do conhecimento médico, enxerga e instrumentaliza as equipes de saúde com as mais diversas ferramentas diagnósticas e curativas, porém desvia o seu olhar para uma forte atuação na prevenção das doenças e da sua evolução, com um olhar individualizado para as necessidades de cada paciente, mas com um olhar lá adiante, já preparando este indivíduo para uma vida mais longa e independente. Independência física, mental e cognitiva.
   Estamos no início desta nova era, convido a todos a entrarmos o quanto antes nesta nave da longevidade.