Certamente, a experiência faz toda a diferença. Sobra maturidade e experiência para o prefeito e candidato à reeleição em São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB). Protagonista no desenvolvimento e amadurecimento da cidade, desde a década de 1990, quando foi chamado pelo então prefeito Luiz Olinto Tortorello, para ser diretor clínico do Hospital  Marcia Braido, Auricchio finaliza o seu 12º ano no comando do município.

Caso seja reeleito, irá ultrapassar a marca dos dois outros prefeitos de São Caetano, que conquistaram três mandatos, na cidade, Walter Braido (1965/69, 1973/79 e 1983/88) e Tortorello (1989/92, 1997/2000 e 2001/04), se tornando o único político, não só de São Caetano, mas de todo o ABC a permanecer tantos anos liderando uma Prefeitura.

Em entrevista exclusiva, Auricchio revela que São Caetano evoluiu, “naturalmente”, em questão de qualidade de vida, em Educação, mas que o grande diferencial, o legado, é o sistema de Saúde municipal. “Óbvio que a cidade teve uma evolução ao longo destas duas décadas, mas focando nos 12 anos que fui prefeito, o grande legado que temos construído na cidade é o sistema de Saúde. Ele era absolutamente incipiente, inexistente, muito residual, então, foi a implantação do SUS que nos permitiu, em paralelo, criar o nosso próprio sistema de Saúde, com estrutura bastante fortalecida, que inclusive, é um dos motivos que nos permite a ter respostas adequadas nestes momentos de crise, como está sendo o da pandemia”, avalia.

Ao elencar as marcas que ficaram na cidade, os verdadeiros carros-chefes de seu governo, ao longo destes anos, o prefeito destaca, além da Saúde, as áreas de Educação, Economia, Segurança e Cultura. “Na Educação, a marca que fica é a municipalização do ensino. Atualmente, temos uma rede com quase 25 mil alunos todos eles sob a coordenação da Secretaria Municipal de Educação. Seria impensável isso, há quinze anos. Na Segurança, atingimos o ponto que queríamos com o Monitoramento Inteligente da Cidade, com o Centro de Gerenciamento de Emergências. São mais de 300 pontos videomonitorados na cidade. Isso era um desejo antigo, uma cidade bem vigiada, com controles de entradas e saídas. Na Cultura, deixamos como principal marca a democratização do sistema. Criamos a Secretaria de Cultura, criamos o Fundo Municipal de Cultura, demos autonomia para as Fundações ligadas a pasta, como a Fundação Pró-Memória e Fundação das Artes. Então, temos um sistema bastante estabelecido e autônomo e de fomento, que é fundamental”, explica.

Além disso, na área de obras, Auricchio não destaca nenhuma em especial, simplesmente, por acre-ditar que cada obra nova tem um destaque maior no momento da inauguração. “Então, agora, estamos no aguardo do Atende Fácil Saúde, destaque que já tivemos na entrega de cada um dos hospitais que fizemos”, avalia. Já na área de Desenvolvimento Econômico, que na opinião do prefeito é o motor fundamental de gerar riqueza em uma cidade, a forte marca foi de ter conseguido a manutenção da General Motors em São Caetano. “A decisão já era tomada do ponto de vista global da GM e conseguimos reverter isso. Óbvio que com reforço do Governo do Estado e outras ações. Mas, essa é uma marca que dá uma perenidade de segmento da indústria automobilística em São Caetano”, pontua.

Pandemia

Com a pandemia e seus desdobramentos, que ainda irão impactar os dois próximos anos, Auricchio volta sua atenção para a economia, inclusive com ações especiais no seu Plano de Governo, para os próximos anos. “O que rege a sociedade, e o poder público não é diferente, ainda é, a sombra da pandemia, que há a perspectiva de entrar em 2021, seguramente. Em 2022, quero ter fé que estaremos fora dela, porém, ainda poderemos sofrer os seus impactos. Há um agravamento da vulnerabilidade das famílias e há uma tendência de piora nisso, na medida em que a ajuda do governo federal irá escasseando. Agora, o desafio de todos nós é a retomada do poder econômico, para que se tenha a criação de novos postos de trabalho, gerando renda, riquezas para a cidade, para continuarmos com essa roda viva de uma São Caetano desenvolvida”, diz.

Auricchio revela que há algumas ações preconizadas no plano. “A primeira delas é uma linha própria de financiamento aos Micros Empreendedores Individuais (MEIs). Já temos até lei aprovada. Só não iniciamos antes por conta do período eleitoral que não nos permite. Também vamos fazer uma desoneração extraordinária em função da Covid. Empresas novas, ou mesmo empresas que estejam na cidade e criarem novos postos de trabalho, terão uma proporcional desoneração dos tributos de ordem municipal tais como IPTU (ramo comercial ou industrial) e ISSS (prestadores de serviços). Entendemos que haverá também uma anistia fiscal exclusiva para o período da pandemia. A inadimplência gerada no período da pandemia deverá ter um tratamento de anistia, no sentido de flexibilizar pagamentos para que possamos retomar a adimplência do contribuinte”, enfatiza.

O prefeito avalia que 2021 será um ano no qual se deverá resistir a segunda onda. “Não do ponto de vista epidemiológico, mas de resistir ao choque da pandemia. Na verdade vamos sentir o resultado da pandemia agora, queda de receita, aumento da vulnerabilidade social, aumento na demanda de serviços públicos, é aí que teremos de fato a grande dificuldade de resposta”.

Futuro Político

Questionado sobre seu futuro na política, após um eventual quarto mandato, caso seja reeleito, Auricchio afirma que ‘não há nada garantido’. “Primeiro precisamos ganhar as eleições. Quero ter a capacidade de servir bem o município. Estamos no meio de um ciclo de desenvolvimento que teve uma tormenta por conta da pandemia.

Realmente não tenho preocupação com esse futuro político. Já tenho meu filho (o deputado estadual Thiago Auricchio). São os filhos que devem pensar no futuro da gente. Temos que trocar os papeis”, revela.