O ex-prefeito de Santo André e candidato a vereador, Carlos Grana (PT), em entrevista exclusiva, demonstrou muito entusiasmo com sua candidatura na disputa por uma cadeira na Câmara Municipal. “Isso me empolgou muito. Nunca fui candidato a vereador. Essa ideia me encantou. O (Eduardo) Suplicy foi senador e, hoje, ele é vereador em São Paulo. Então, isso me orgulha muito. Numa cidade com cerca de 720 mil habitantes, 540 mil eleitores, caso seja eleito entre os 611 candidatos que disputam as eleições, para uma das 21 cadeiras, será algo muito bonito, muito digno, bem bacana”, avaliou.

Grana afirmou que a escolha do nome da então vereadora Bete Siraque (PT) como candidata a prefeita pela sigla foi muito consensual. “Ajudei a construir essa unidade, não teve disputa. Foi muito tranquilo. Ela está totalmente preparada, tem uma trajetória bonita, entre outras coisas, atuou no governo do Celso Daniel, do João Avamileno, foi vereadora no meu mandato. Então, achei que fosse trabalhar para apoiá-la. Porém, vários líderes vieram me pedir para sair candidato a vereador. Primeiro, porque acreditam que tenha papel importante para dar continuidade à luta na política de Santo André, principalmente pela experiência de quem já foi deputado, prefeito, levando qualidade para a Câmara Santo André, seja ajudando a Bete como prefeita ou num cenário adverso, um vereador que sabia cobrar, fiscalizar”, afirma.

PT

O candidato avalia que 2016 foi o momento de “fundo do poço” para o PT. “A derrota de 2016 não foi de Santo André, até porque a minha gestão foi bem avaliada, vivemos um momento atípico, uma crise muito grande do PT com o eleitor. O PT com o eleitor se desentendeu em 2016. Houve a queda da presidente Dilma no início de 2016, a estigmatização de vários líderes, que foram execrados de forma pública. O PT viveu uma crise muito grande e isso nos afetou para a reeleição em Santo André. Terminada as eleições, o meu compromisso de petista histórico foi de lutar para reconstruir o partido”, conta.  

Para 2020, o candidato avalia que o PT não está vivendo em “céu brigadeiro”, mas que a sigla melhorou a sua aprovação, a sua imagem. “A expectativa é muito grande para que consigamos ter um resultado bastante positivo. O cenário geral do partido no ABC melhorou muito em relação a 2016. O eleitor não fará aventura. Acho que vão apostar na escolha de candidatos que tenham experiência”, diz.

Plano de Governo

O petista elaborou 13 principais prioridades para defender na Câmara, entre elas, estão zerar o déficit de creches, a inclusão digital e a geração de emprego e renda no pós-pandemia. “O pessoal acha que o vereador tem que tem que cuidar só do bairro, que é um office boy de luxo. Tem um problema com uma calçada, com uma árvore, com a falta d’água, e vai lá o vereador. Tenho que fazer um mandato que escute a cidade e ataque seus grandes problemas. Identifico que há ações muito importantes, que aprendi como prefeito, como a criação de unidades habitacionais para família de baixa renda, atenção plena e constante na Saúde e fomento de políticas públicas para a inclusão social”, revela. Grana conta que irá fiscalizar e adianta, de maneira bem humorada: “serei menos vidraça e mais estilingue”.

Relação com Paulo Serra

Sobre sua situação com o atual prefeito Paulo Serra (PSDB), que compôs seu governo como secretário de Obras, afirma: “Não há relação de ódio ou rancor com o prefeito. Há divergência política. Não aprovei a entrega do Semasa para a Sabesp. Estamos queimando patrimônio público, há uma piora no endividando da cidade. Ele, no começo do governo, falou que deixei uma dívida de R$ 300 milhões. Agora, ele vai entregar a cidade devendo R$ 1 bilhão. Ele adquiriu empréstimos, que foram para investimentos, mas, o problema é que não temos mais nada para vender. O que irá vender, agora? O Craisa? O Paço? O Teatro Municipal? Isso me preocupa. Entre nós, há divergência de avaliação do que é público e do que é privado”, diz.