26 Apr 2024

Publicado em Editorial
Avalie este item
(0 votos)

A tímida estreia do Brasil na Copa não animou os brasileiros e muito menos aqueceu as vendas do varejo nacional.
Se na chamada era do ouro, de 1958 a 1970, na qual o Brasil conquistou três títulos em quatro Copas (em 1958, 1962, 1970), com os grandes craques Pelé e Garrincha; as décadas posteriores foram mais paradas, ainda que tivessem bons artilheiros em Copas do Mundo como Rivellino e Careca. Talvez, após a era de ouro, a Copa que mais marcou a memória dos brasileiros tenha sido a de 1994, quando o Brasil conquistou o Tetra. Quem não se lembra? Nomes como Romário, Bebeto, Dunga, Cafu, Ronaldo, Viola, brilharam nos campos dos Estados Unidos, e o Taffarel? “Vai que é sua Taffarel”, frase do comentarista Galvão Bueno, que ficara célebre na época. Em 1998, sentimos o gosto amargo da derrota com o “amarelão” do Ronaldo, bem na final, nos fazendo engolir um difícil “trois x zéro” (3x0) contra a França. Em 2002, na Coréia do Sul e Japão, comemoramos a vitória contra a Alemanha, por 2 x 0, com dois gols de Ronaldo, e conquistamos o Penta. Também nesta época, o Brasil parava para assistir a Copa, víamos ruas pintadas, bandeiras estendidas nas janelas e sacadas dos prédios, ouvimos muitos fogos de artifício, bares e restaurantes lotavam e todo mundo assistia os jogos vestidos ou pintados de verde e amarelo.
Mas, depois disso, só amargamos derrotas. Em 2006, na Alemanha, voltamos para casa cedo. Nas semi-finais contra a França, perdemos de 1 x 0. Em 2010, na África, voltamos para casa mais cedo ainda, nas quartas-de-final, quando perdemos da Holanda, por 2x1. E em 2014? “a Copa das Copas”, segundo a ex-presidente Dilma Rousseff e a Copa do ídolo nacional Neymar, sucesso nas vendas de produtos que estampa propagandas, no estilo do cabelo, mas que, nos campos, não brilhou tanto assim. Não fez nenhum gol. Ainda se machucou e deixou a Copa, nas quartas-de-final. E a Copa foi puro fracasso. Perdemos em casa, na semi-final, contra a Alemanha, e ainda pelo placar vexatório de 7x1. Perdemos também na decisão para o terceiro lugar, que ficou com a Holanda, por 3x0.
Depois de tantas derrotas, a Copa de 2018, na Rússia, começou tímida no Brasil. No domingo (17), estreia da seleção brasileira, não houve bandeirinhas nos carros, nas varandas, nem brasileiros vestindo a camisa da Seleção. Fogos? Também não foi puro silêncio. O gol tímido de Philippe Coutinho não animou muito e o silêncio imperou após o empate da Suíça.
O prognóstico não é nada animador. Foi a primeira vez que o Brasil não conseguiu vencer a partida de abertura da Copa desde 1978. Contra a Costa Rica, uma sofrida vitória por 2x0.
E as projeções de vendas para o comércio que gira em torno da Copa? Ainda mais desanimadoras. Segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), 87% dos brasileiros não farão gasto adicional, ou seja, não pretendem alterar o hábito de consumo na Copa do Mundo 2018, contra 83% no mundial de 2014. Já 11% devem alterar, ante 13%. Ou seja, a confiança do brasileiro despencou, não só na seleção, mas, na intenção de consumir efetivamente a Copa do Mundo.

Folha Do ABC

A FOLHA DO ABC traz o melhor conteúdo noticioso, sempre colocando o ABC em 1º lugar. É o jornal de maior credibilidade da região
Nossa publicação traz uma cobertura completa de tudo o que acontece na região do ABCDM.

Mais nesta categoria: Auf Wiedersehen, Alemanha? »

Destaques

Main Menu

Main Menu