Já escrevi nesta coluna sobre Rubem Alves, um escritor que foi pastor evangélico deixou-nos escritos sobre ao mais variados assuntos, sempre com sua opinião sincera sobre as matérias abordadas.  Em seu livro “A Ostra Feliz Não Faz Pérola” deixou-nos textos interessantes sobre o qual ele mesmo disse que “está cheio de areias pontudas que o machucaram”.  Pastor evangélico passou a dizer-se descrente da religião e das pessoas também.  Esse livro tem textos curtos sempre abordando os mais diversos temas todos com começo e fim.  Leitura fácil, agradável. Gostosa de se ler. Gostaria de transcrever aqui muita coisa, mas o espaço não comportaria, por isso fico em textos que para mim causaram impressão.  Por exemplo: “Quando te vi amei-te já muito antes. Tornei a encontrar-te quando te achei”, um texto do poeta Fernando Pessoa. “Você já morava dentro de mim antes que nos encontrássemos”.  Ele, então comenta: “Nosso encontro não foi encontro mas reencontro” e compara com Música “Quando te ouvi, ouvi-te  já muito antes. Tornei a ouvir-te quando te ouvi”.
Lembrando-se da escritora mineira Adélia Prado: “O amor é a coisa mais alegre. O amor é a coisa mais triste. O amor é a coisa que eu mais quero”.   Sobre a viola diz que ela só existe para fazer música que está na alma do toucador”. Sobre a inveja, fala de uma família feliz, segundo a mulher lhe diz numa sessão de psicanálise depois de uma noitada com amigos saboreando pizzas com este comentário de um deles que fez questão de estragar a festa ao dizer sobre a casa “mas você não acha que aquela parede amarela teria ficado melhor se pintada de verde?”E sobre uma escada que ficaria melhor se fosse de granito”...  Comentário de Rubem Alves: que assim a anfitriã aprendeu a dura lição da inveja. Não pense que seus ditos amigos ficarão felizes com a sua felicidade. Eles tratarão de destruí-la”.
 Sobre um menino da cidade que pela primeira vez esteve com os pais visitando o sítio de um amigo e deram-lhe a beber leite da vaca espumante, tirado na hora, novidade para ele que comentou: “Não quero leite de bicho, quero tomar leite de saquinho”.
E por aí vai o texto de Rubem Alves falando das coisas simples da vida, nem sempre percebidas por pessoas “civilizadas” educadas mecanicamente; ou pela distração dos pais, descuidados da formação e adequada informação a seus filhos.