26 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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Não são só festas e boas intenções que compõem as celebrações do Natal. Há brigas também, sérias, violentas entre religiosos, por incrível que pareça. Vejam só o que aconteceu em Belém, na Cisjordânia: tal como vinha ocorrendo em anos anteriores grupos de religiosos disputavam espaços na Igreja da Natividade, lugar sagrado para os cristãos, porque segundo a tradição teria sido ali a mangedoura onde nasceu o menino Jesus. E a gruta do local vem sendo mantida para a visitação de fieis e curiosos. Eu a visitei certa vez. É um espaço apertado, meio asfixiante, onde cabem três ou quatro pessoas, especialmente que não sintam claustrofobia, ali permanecendo por segundos ao lado de alguém encarregado de recolher os óbulos dos visitantes. Pois é nessa Igreja da Natividade que costumam ocorrer brigas entre religiosos disputando suas áreas exclusivas para limpeza do templo. Segundo noticias que nos chegam pela imprensa e TV clérigos ortodoxos gregos e religiosos armênios brigaram ainda uma vez neste Natal de 2011 armados de vassouras com socos e xingações mútuas para defenderem o espaço certo de cada um para a limpeza da igreja. O controle desse território sagrado é dividido entre gregos ortodoxos, apóstolos armênios, e católicos, sendo que as relações de poder do local impõem que aceitar a invasão de uma área pelo titular de outra área para a “limpeza sagrada” significa derrota, na base de que seria ceder seu território a um “adversário”. Como se não fossem todos “irmãos”! Inimaginável, na concepção deles, pois que nesses espaços delimitados pela tradição até mesmo bancos, lâmpadas e candelabros têm dono certo e invadir o terreno alheio é comprar briga na certa. O noticiário sobre essa curiosidade religiosa ainda revela que mais de cem pastores e monges foram às vias de fato nessa briga por seus territórios, só acalmados com a intervenção da polícia que certamente não conseguiu entender como é que “homens de Deus” se engalfinhem assim por disputas materiais como seja a limpeza de objetos sagrados entre os quais as paredes e o chão do templo. Essa briga não pode ou não deve ser entendida como parte integrante do ritual preparatório para a grande festa do Natal. A crença religiosa, a fé, as boas intenções, bem se isso devesse ser levado em conta não haveria de ser motivo para desavenças.

Tito Costa é advogado, ex-prefeito de São Bernardo do Campo e ex- deputado federal constituinte de 1988. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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