Paranapiacaba, sediada em Santo André, tem o seu lado místico assediado pelos turistas de todo o mundo, principalmente em datas como o Dia das Bruxas e o Finados.
Quem gosta de histórias de fantasmas, encontra na Vila inglesa o cenário perfeito. Quase todos os dias uma densa névoa encobre o território. Não é possível enxergar a poucos metros de distância a vegetação do alto da serra e a arquitetura do século XIX construída pelos ferroviários. O local, inclusive, é apropriado para filmagens cinematográficas, reportagens e vídeos artísticos.
Isso ocorre por causa das lendas que permeiam há varias gerações. A própria bruxaria possui uma conexão com a natureza local. Moradores mais antigos contam as lendas como se fossem verdadeiras.
Um trem fantasma assusta as pessoas que passam pelo túnel com ventos uivantes e um som de locomotiva. Seriam os sussurros dos trabalhadores que morreram durante a construção da linha férrea.
A própria narrativa do Véu da Noiva conta uma trágica história de amor entre o filho do engenheiro e a filha do operário. Sem a aprovação das famílias o casal resolve se casar. Porém, o noivo é trancado no porão pelo pai no dia do matrimônio. A noiva de branco, ao ser abandonada no altar, se desespera e se joga no precipício. O véu dela é a neblina que se alastra pela Vila. Há quem contrarie tal versão. Dizem alguns historiadores que a noiva nunca se matou e viveu por ali até a velhice.
A realidade é bem diferente. Paranapiacaba fica no topo de um funil, em meio a mata atlântica. O vento úmido e quente do mar bate nas geladas montanhas da Serra do Mar e forma a neblina.
As diversas histórias macabras não param nessas duas lendas. A famosa casa do engenheiro-chefe, construída no ponto mais alto e hoje transformada em Museu Castelo, dá uma visão geral da paisagem. Da janela, o engenheiro Daniel Fox podia observar tudo o que acontecia na vila. Conta a lenda que ele ainda faz a vigília.
Em terra de ferroviários não poderia faltar um guarda fantasma, que batia três vezes nas portas das casas para saber se tudo estava bem. Os moradores respondiam também com três batidas. Mesmo depois do desaparecimento do guarda, alguns moradores afirmam ouvir as batidas nas portas durante a noite.
Nesse mundo do além, até as festas são assombradas. Bailes eram realizados no Clube União Lyra Serrano para animar os trabalhadores. O encanto de uma bela bailarina com seu sapateado contagiava todos os presentes. Com o passar dos anos, a bailarina envelheceu e não conseguia mais dançar por conta dos problemas de saúde. Há quem a veja dançando no salão até os dias atuais.
Se você é daqueles que curtem a natureza, tem também a história do Curupira. Quatro jovens ouviram batuques de tambor no meio da mata durante o passeio na Trilha do Curupira. Assustados, pensaram que era uma onça, mas descobriram mais tarde que o ser mitológico adora assustar os trilheiros que invadem a mata.
E tem ainda a história de Jack, o Estripador. O assassino inglês teria se escondido em Paranapiacaba como única opção de fuga em um imóvel na estrada do Hospital Velho.
A misteriosa Vila vai comemorar a data em dose dupla: o November Beer Festival e o Halloween Mundo Assombrado, com atividades promovidas pelos empreendedores.
Os seguidores do Plantar Hoje para Colher Amanhã tentam até hoje desvendar os mistérios, sem descobrir as respostas.
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