26 Apr 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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A festa mais esperada durante o ano todo chegou, sim, mas este ano um Natal atípico. Sem grande confraternização, tudo mais simples, com as famílias dispersas para evitar aglomerações. Assim, só podemos relembrar os Natais do passado, quando nesse dia, era comemorada a maior festa da família do ano. Assim, vou reescrever uma crônica do passado.
“Dezembro é o mês mais aguardado do ano. Juntamos o Natal e a passagem para um Novo Ano que vai chegar. As lembranças afloram em nossa mente. Não importa a idade, nossa infância sempre permanece.
E vamos lá novamente: Meus pais assim como meus avós, alemães e portugueses, sempre nos passaram a comemoração do nascimento de Jesus, com o presépio simbolizando a presença do menino em nossos lares. Antigamente a árvore era montada na véspera de Natal. Hoje, quando começamos a observar as lojas já decoradas para o evento, acabamos montando as nossas em novembro, começando dezembro já em clima da grande festa.
Lembro que o pai de uma amiga, filho de alemães, me contou quando eu era jovem, que minha bisavó, a “velha guta”, era a única pessoa da cidade que montava a árvore, seguindo a tradição da família. Que os “moleques” então, iam na tarde do dia 24 para ver a árvore que tinha maçãs penduradas, nozes e pedacinhos de algodão relembrando a neve que no inverno caía na Alemanha. Lógico que ela já os esperava com gulodices.
Desde que tenho em mente os Natais, lembro de meu pai Alberto,vestindo a túnica de São Nicolau. Mais tarde eu meu irmão maior, transmitíamos as irmãs menoresa crença no Papai Noel, ajudando meu pai a se fantasiar. Não havia barbas postiças. Ele então passava goma arábica na face e sobre os lábios e colava o algodão. Escurecia uma rolha na vela e se sujava um pouco dizendo que era a fuligem da chaminé. Engraçado que as crianças procuravam o pai na sala só iluminada pelas luzes da árvore e não o encontravam. Ele então dizia que justo no momento da chegada do Noel, teve que ir ao banheiro, e todos acreditavam. E isso todos os anos... Doce inocência.
Minha mãe Odette, sempre ao piano, recebia o Noel enquanto a acompanhávamos cantando canções natalinas. Quanta saudade... Nunca esperávamos à meia noite para a ceia. Na hora em que a fome chegava, pais, avós, cinco filhos, tios, primos, com uma mesa farta, já nos púnhamos a comer. Nunca faltava o peru recheado, receita de meus pais que até hoje faz parte de nossa mesa. Farofa salgada por dentro e doce no papo. Depois disso chegava o Noel. Dia seguinte, todos novamente estávamos reunidos para o almoço do Natal.
Meu pai, filho de alemães, amante da comida brasileira, fazia questão que o almoço tivesse o leitãozinho assado, crocante acompanhado pelo tutu de feijão, arroz e couve refogada.... Não esquecendo dos deliciosos torresmos. Almoço dos deuses !!!! Minha mãe sempre muito animada, era a festeira da família. Mais tarde o Noel foi sendo substituído pelo filho e genros, e depois pelos netos, , entre eles meu neto hoje cidadão canadense que também teve essa honra. Para todos sempre foram momentos de alegria.
Véspera de um novo ano, repetíamos a ceia. À meia noite, quando os postes eram de metal, lá íamos para a rua com martelos ou outras ferramentas, batendo-os nos postes para que os sons parecessem sinos tocando acompanhando o sino da igreja (naquele tempo não havia o carrilhão da Matriz).
Dia primeiro do ano tudo se repetia, até que eu e meu marido Theo passámos a fazer a comemoração em nossa casa nos modernizando: Churrasco! ”
Quantos já partiram, e assim é a vida, num sopro partimos como se fossemos as florzinhas secas do dente de leão...
Assim, nessa época em que a tecnologia reina no mundo, continuamos ansiosos para que as vacinas cheguem para que possamos continuar neste planeta.
Feliz Natal e que tenhamos um 2021 livre do mal do século, esse vírus que destrói a humanidade....
Grande abraço, Didi

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