Ouvindo as conversas do dia a dia dos jovens, cheguei à conclusão que o que mais os preocupa é uma possível gravidez indesejada...
Atenta as conversas das pessoas de minha idade, vejo que a grande preocupação é com o problema da gravidade.
Quando chegamos aos 60 anos, temos as vantagens das “meias entradas”, filas preferenciais, filhos criados e de preferência, bem casados.
Quantos filhos hoje, mal casados, retornam para a casa dos pais e aí, é um sufoco, pois não temos mais o pique da juventude.
Como já estamos “aposentados”, às vezes assumimos netos ajudando seus pais que trabalham, a criá-los. A responsabilidade torna-se grande. Somos novamente escravos de horários.
Logo que fiz 60 anos, fui a um banco, em que a fila estava muito grande. Vi o cartaz: preferencial para mais de 60... etc. Fui ao caixa pedir informação e ele disse que esperasse ao lado com o documento de identidade na mão. Comecei a ouvir reclamações na fila, principalmente de uma jovem que falava muito alto. Após ser atendida, me dirigi aos que ali estavam, especialmente a ela, e disse: - “O Estado me dá o direito devido a minha idade a um atendimento preferencial. Espero que vocês cheguem a ter os meus anos de vida, entrem na frente nas filas, e por favor, lembrem-se de mim! ”... Virei-me e fui embora.
Um amigo me contou que passou por uma situação desagradável. Esperando uma vaga num estacionamento, viu um carro saindo. Ele é uma pessoa calma, muito correta. Posicionou-se entrando na vaga de imediato. Não é que um jovem veio com palavras grosseiras dizendo que havia visto a vaga primeiro e que de direito era dele? Contou-me dizendo que seu dia estava estragado. Essa agressividade de alguns jovens, é uma falta de respeito com os mais velhos.
Outra amiga, já na faixa dos 75, pegou o trólebus lotado. Pendurada no suporte, tinha um rapaz sentado ao seu lado. Um passageiro disse ao jovem que desse o lugar à senhora. Sua resposta foi que ele chegou primeiro. A seguir entra uma moça uniformizada, da Guarda Municipal, chega ao lado da minha amiga, olha para o rapaz e diz: - Levante-se e dê o lugar à senhora!
Todos ao redor puseram-se a rir. Eu até aplaudiria.
Mas também muitos, pessoas jovens ou não, têm faltado ao respeito quando uma pessoa sofre um tombo. Ultimamente sei de muitos casos em que muitos olham e ninguém estende a mão para quem está esparramado no chão. Falta de amor, gentileza, compaixão...Quantas vezes ajudei a erguer um carrinho de criança, um idoso a subir uma escada...hoje como idosa, sinto a falta de atenção. Isso acontece raramente.
Tenho amigos que enfrentam as filas dizendo que ficam com vergonha de passar na frente. Ainda não encontrei nenhuma amiga que se envergonhe disso. Ou é porque somos mais assumidas, ou porque temos menos tempo para perder nas filas.
Terminando, relembrando... temos dois problemas na vida. Quando somos jovens é com a gravidez. Quando ficamos velhos é com a gravidade. Infelizmente, contra isso não existe pílula nenhuma, mas devemos fazer uso de vitaminas, boa alimentação e não deixar de fazer caminhadas e exercícios.
Temos que enfrentar tudo que nos vem, agradecendo sempre à Deus, por nos ter dado uma grande vida, pois para não envelhecermos, seria necessário já termos morrido. Simples assim... Eu não acreditava que passaria dos 80..., mas aqui ainda estou, aos trancos e barrancos, mas viva!
Um abraço saudoso...
Didi