06 May 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Nesta semana acabou a caminhada de uma grande amiga nossa: Maria Natália Luz.
Desde meninota eu tinha um amigo chamado Cyro. As lembranças o trazem a mim, quando nos seus 18 anos teve uma meningite espinhal. Foi para o isolamento e a cidade ficou chocada, pois eram casos raríssimos, levando a morte. Visitas? Nem pensar. Quando ele voltou para casa, na Rua Marechal Deodoro, ficava atrás da janela fechada acompanhando o pouco movimento da rua. Assim, seu batalhão do Tiro de Guerra parou em frente à sua janela e o esquadrão comandado pelo Sargento Vitória, prestou continência. Com o tempo abriu a janela e ficava com os braços apoiados sobre ela. E nós, moçoilas ficávamos trocando uma prosa com ele. E foi assim, que uma mocinha, com seus lindos cabelos loiros, chamou sua atenção.
Ela, portuguesa, tinha se mudado de Santos para cá, junto aos pais Inocêncio, a mãe Custódia e o irmão Censo. Vieram de Portugal, num navio, de uma pequena vila, trazendo objetos pessoais e os colchões enrolados. Ao pararem no Porto de Santos, o pai arrumou trabalho de barbeiro, apesar do combinado ser vir para São Bernardo, para trabalhar com um parente, Sr. Felipe. Seu Inocêncio ao andar pelas ruas de Santos, foi trazendo uma cadeira, outra, encontradas na rua. Tabuas, fazendo uma mesa, etc. Até que vieram para São Bernardo, então já com um trabalho regular. A família foi aumentando nascendo as filhas Lisete e Odete.
O jovem Cyro firmou o namoro com a Maria Natália, nascida no dia de Natal. Casaram e tiveram três lindos filhos: Julinho, Gláucia e Eduardo.
Onde ele morava, reformaram o imóvel para o hoje ainda famoso, Esportes Cassetari. Ali foram criando os filhos, que junto ao Cyro e Natália começaram e ainda trabalham até hoje. Construíram um lindo sobrado na Rua Clara Bassani. Como éramos vizinhos, estávamos sempre juntos. Jantares, festas, aniversários... Tardes com o cafezinho e o bate papo com a torta de banana ou o bolo de cenoura.
Vieram os netos. Primeiro o Gustavo, filho do Julinho, o Gu, que hoje é um lindo rapaz, gentil e educado com os mais velhos e em geral. O lindinho da tia Glaucia. Depois a Isabella, também do Julinho, que como dizia a Natália, já curtia o rock na barriga da mãe. O Eduardo não se casou, mas também já havia adotado os sobrinhos como seus.
E assim a vida seguia, a gente vendo sempre um casal muito amigo e amoroso. Não sabemos, porém, o que o futuro nos reserva. Dia e hora marcada para a despedida? Não existe exatamente. E assim de repente uma pessoa tão boa, simpática, amiga, não sabemos por que, o corpo começa a falir. Então a família começa a sofrer mais do que o doente. É hora então de orarmos pedindo a Deus, que essa alma repouse. Assim aconteceu. Ela finalmente está em PAZ! Nos braços do Pai...
Quem sabe junto daqueles que tanto amava e há tempo tinham partido? Quem sabe?
Natália...que você esteja em paz. As lembranças com você permanecerão vivas enquanto eu assim estiver...

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