Sim, esse é o mês mais lindo do ano, quando o Espírito do Natal toma conta de nossa mente. Hoje ia começar por uns contos para vocês rirem um pouco, mas uma cena que eu vi na rua mudou minha ideia. Tenho andado sempre de Uber. Nas esquinas os pedintes continuam a vender suas balinhas, etc. Eu tinha sempre uns trocados para ajudá-los, mas...
Hoje pagamos por pix ou transferência. Quase tudo on-line. O pagamento do Uber cai no cartão. A carteira vazia. Só com documentos.
Eu costumava comprar umas balinhas, e dar para o pedinte seguinte. Se tinha que ir ao posto para abastecer, já era cumprimentada por um “Oi, querida” e ele dizia para outro atendente... “Deixa comigo” E lá se iam as balinhas e uma gorjeta. Pessoal do Uber se é simpático, também ganha um extra. Lembrei que no ano passado peguei uma bolsa que não estava usando, vendo uma campanha pelo WhatsApp, e a enchi com escova e pasta de dentes, shampoo, pente, sabonete, desodorante, escovinha de cabelos, batom, enfim, fui pegando tudo que encontrei para mulher na loja de cosméticos. Quando desci de carro na esquina da Dr. Flaquer com a Av Brigadeiro Faria Lima, estava uma senhora vendendo balinhas. Dei-lhe a bolsa. No dia seguinte ela estava lá e me disse: como foi bom a bolsa que a senhora me deu! Eu estava sem shampoo!
Uma boa ideia para fazermos neste fim de ano.
Bom... comecei querendo contar uma situação que vi na terça (8). Mas, voltando atrás.... Se eu tivesse um desodorante teria dado ao motorista do Uber. Deu aquele sol e cada vez que ele levantava o braço, era uma tristeza. E era Uber Vip, por sinal, que peguei esse tal de vip, pela primeira vez!
Bem, na esquina da Marechal com a Prestes Maia, tinha um senhorzinho, percebia-se uma calça e um suéter, com a mão estendida pedindo uma ajuda. Meu Uber é uma grande perua preta (sou péssima em saber as marcas de carro. Só conheço a Mercedes pela estrela e a Ferrari e a Porshe, pelo ronco que fazem) mas essa perua tinha classe, e ouvi o Senhorzinho falando: Pelo amor de Deus... sou aposentado e estou muito necessitado! Vi que o motorista baixou um pouco o vidro, tendo ao lado talvez a esposa, e estendeu uma célula de vinte reais. O Sr. pegou, colocou em frente aos olhos e começou a chorar e agradecer aos soluços. Copiosamente!
Bem, eu fiquei no Uber, engolindo minha emoção e já um rio de lágrimas descendo pela face.
Tinha amigas que levavam pacote de maçãs, ou gorrinhos de frio, e os davam pessoalmente. Comprar pano de chão ou de pratos, também é ajudarmos um trabalho digno.
Faça seu dezembro diferente, começando já agora em novembro. A satisfação que temos em nosso interior, é muito rica!
Até a semana que vem.
Um abraço, Didi