06 May 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Eu dirigi desde os 18 anos. Fui muito motorista de amigos. Dar carona era um prazer. Theo confiava na minha direção, assim dividíamos as viagens.
Lembram dos tempos que tínhamos um guia, com mapas nos indicando as ruas? pois ele era meu acompanhante. Quando eu escrevi os livros de culinária, tive que ir as editoras, em caminhos nunca antes percorridos. Sempre cheguei no horário marcado, apesar de algumas vezes ter perguntado como chegar lá.
Bom, desde as últimas quimioterapias, a neuropatia se instalou em meu corpo todo. Aparentemente, como disse meu neurologista: olhando, você está ótima, mas por dentro sei como você está.
Explicando rapidamente: principalmente as mãos e pernas, estão adormecidas. Assim achei por bem parar de dirigir, aos 81 anos de idade, pois eu poderia colocar em perigo alguém que atravessasse em minha frente.
Assim comecei a usar aplicativos. Vou até citar: uso o Uber em minhas saídas de casa. Quando os chamo pelo celular, já memorizo o final da chapa, cor do carro e nome do motorista. Com o uso, já sei que eles para serem aprovados pela companhia, têm que ter uma ficha “limpa”. Muitos começaram a trabalhar com isso durante a pandemia, quando perderam seus empregos, mas tinham um carro. Alguns, conversam bastante com a gente, outros, poucos, não. A conversa começa assim: - Será que vai chover? – Como esfriou! – Que calor está!... De uma parte ou de outra. Um deles me disse que se a conversa fluísse, aconteciam bons papos, se não, eles se calam. Que o dia para eles é tão longo, que eles gostam de jogar conversa fora para distrair. Uns falam sobre a família, sobre a política, sobre a situação do país, etc. Quase sempre são atenciosos.
O pagamento cai direto no cartão de crédito, o que evita que eu tenha que abrir a bolsa. Depois que ele nos deixa no lugar combinado, recebemos mensagem para fazermos uma avaliação sobre eles. Eu coloco as 5 estrelas, e se quisermos, uma gorjeta. Uma vez coloquei 4 estrelas, pois a moça que me levava se distraiu com o caminho. Veio um questionário para eu responder, com vários “porquês” sobre a avaliação. Fiquei sabendo depois, por eles, que isso os desqualifica para serem motoristas desse aplicativo.
Lógico que sinto falta de minhas quatro rodas, de quando eu chegava na garagem e saia rodando para onde eu quisesse. Enfim, temos que aceitar os problemas relacionados a idade e aprendendo a viver de outras formas. Brinco com eles quando desço do carro: Como é bom descer sem ter que pagar!..., mas quando a fatura vem, nem perco tempo somando. Rsrsss
Bom... quando os filhos e netos podem vir nos fins de semana, faço minhas compras. Continuo não abrindo mão de minha independência. Com cada um morando em outra cidade, apesar de serem batateiros, é com a internet que continuamos mais unidos, e nunca posso esquecer que tenho uma nora que é uma filha maravilhosa.
Sou abençoada!
Um abraço, Didi

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