07 May 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
Lido 364 vezes
Avalie este item
(0 votos)

Em fevereiro, no Centro de Memória, conversamos sobre o tema: O que vocês faziam antigamente nos fins de semana em S. Bernardo, quando crianças? Isso me despertou muitas lembranças, impossível falar tudo lá.
Nasci quando meus pais moravam na esquina da Rua Dr. Flaquer com a Tomé de Souza (1939). Descendo para onde é hoje a Av. Prestes Maia, por uma rua de terra esburacada, nós preferíamos ir pelo mato em uma picada, comendo amoras silvestres, araçás e murtas, que nos deixavam com a boca arroxeada. Levávamos peneiras, e um balde (não havia de plástico) de metal. No Rio do Vitorino (Silva) já encontrávamos bastantes amigos. Passávamos a peneira e meu pai dizia: “devolvam os guarus a água. Só levem os lambaris maiores”. E saíamos todos molhados de lá. Meu pai, filho de alemães amava toda essa natureza acompanhado por minha mãe Odette, filha de portugueses.
Depois fomos morar no mesmo quarteirão, no casarão da rua Carlo Del Prete (1944-45) Era uma casa que foi construída por um Pelosini. Em 1939 foi instalada lá a Escola São José, aí minha família, depois a Escola Dona Leonor Mendes de Barros e finalmente a Escola Terra Mater.
Quando fomos morar na esquina das ruas João Pessoa com a Dr. Flaquer, (1947) tínhamos um grande quintal, com todo tipo de árvores frutíferas. Pai Alberto sempre nos ensinou a subir nas árvores e lá comer as frutas. Se a goiaba tinha bichinhos, os tirávamos como dedo e, sem nojo, as comíamos.
Quando minha mãe Odette não estava por perto, no quintal, meu pai pegava a palha do milho seca, fazia um cigarrinho, sem “recheio”, e com os fósforos os acendíamos. E fazíamos pose pitando. Antigamente era chique fumar. Meu pai sempre tinha um pedaço de fumo em corda e o canivete. Enchia sua palha comprada, e nos acompanhava fumando. Só meu irmão fumou regularmente uma irmã, que mais tarde se conscientizou que fazia mal, deixou. Meu marido Theo também fumou muito, mas pelos filhos também abandonou o vício. Aliás, era só esse e o futebol. Misturava guaraná com vinho ou cerveja. E era neto de italianos...
Para variar, aliás, tudo era feito no quintal, todos os anos surgiam da terra as papoulas vermelhas, com mais de 70cms de altura. Eram lindas no meio das margaridas. Quando elas secavam, formava-se um... como ovinho de codorna na sua haste. O pai traquina então a esmagava e as pequenas sementes pretas apareciam. Nós as comíamos. Mas tarde ele nos contou que com elas de fazia o ópio, assim não deveríamos comer muitas. Eram crocantes, muito gostosas. Hoje nós as compramos para fazer bolos e pães.
Continua na próxima semana...
Abraço, Didi

Folha Do ABC

A FOLHA DO ABC traz o melhor conteúdo noticioso, sempre colocando o ABC em 1º lugar. É o jornal de maior credibilidade da região
Nossa publicação traz uma cobertura completa de tudo o que acontece na região do ABCDM.

Mais nesta categoria: Traquinagens do meu pai (II) »

5 comentários

Deixe um comentário

Make sure you enter the (*) required information where indicated.Basic HTML code is allowed.

Destaques

Main Menu

Main Menu