27 Apr 2024


A ressurreição da esperança

Publicado em Editorial
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Neste domingo (21), será celebrado o feriado de Tiradentes, considerado Patrono Cívico do Brasil, sendo essa data de sua morte. Personagem símbolo da conspiração denominada Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, também é patrono das Polícias Militares e Polícias Civis dos Estados.
Também será celebrada, neste domingo, a Páscoa, que é uma das mais importantes festividades do calendário cristão. Relembra a crucificação e ressurreição de Jesus Cristo.
Na fé cristã, Jesus é o Cordeiro de Deus, que foi enviado com a missão de se oferecer em sacrifício para salvar a humanidade dos pecados. Após ter sido crucificado e morto, Jesus ressuscitou após três dias. Todos esses eventos teriam supostamente ocorrido durante a realização da Páscoa Judaica (comemorada durante sete dias), o que criou um paralelo entre as duas comemorações.
Na celebração da Igreja Católica, a Páscoa encerra o período da Quaresma, que é marcado por jejuns e no qual muitos fazem promessas. Desse período, a última semana é conhecida como Semana Santa e inicia-se com o Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Os dias finais da Semana Santa são a última ceia, que aconteceu na Quinta-feira Santa; a crucificação e morte de Cristo aconteceu na Sexta-feira Santa, e a ressurreição de Cristo aconteceu no Domingo de Páscoa.
A data de comemoração da Páscoa é móvel e pode acontecer entre o período de 22 de março e 25 de abril. A Páscoa como comemoração em data móvel foi uma determinação da própria Igreja durante o Concílio de Niceia, organizado em 325 d.C, onde se estabeleceu que a Páscoa aconteceria no primeiro domingo após a lua cheia do equinócio da primavera (baseado no hemisfério norte). A ressurreição de Cristo é um dos pilares da fé cristã, ou seja, é o anúncio de que nada está irremediavelmente perdido: nem a morte. Esse é o maior signo de esperança.
Atualmente, esperança é tudo aquilo de que o mundo necessita. Vive-se um momento de crises humanitárias, guerras silenciosas e declaradas, fundamentadas na discórdia, no ódio, na intolerância.
No Brasil, tentamos reunir forças para enfrentar a crise política, assolada pela corrupção generalizada, num desgastante embate entre esquerda e direita, ou melhor, membros da resistência e bolsonaristas. A tendência é sucumbir ao desânimo e à desesperança.
Slavoj Zizek, filósofo e psicanalista, e um dos mais importantes pensadores da atualidade, faz uma reflexão intrigante. “Vivemos tempos incertos e conturbados. No entanto, até mesmo a previsão mais pessimista sobre o futuro projeta a ideia esperançosa de que nada pode ser tão ruim, sempre há uma luz no fim do túnel”. Para Zizek, a chave está em perceber que a luz no fim do túnel é, na verdade, o farol de um trem acelerando em nossa direção. Só quando admitimos que a situação é absolutamente irremediável e sem esperança, diz ele, mudanças profundas são possíveis.
Mas, é dentro dessa perspectiva que se entende a própria Páscoa como passagem para um novo recomeço. Sempre é possível recomeçar e construir novas configurações. Nada é definitivo, nem a morte.

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