26 Apr 2024

Publicado em Editorial
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A construção de uma alternativa viável a Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, para as eleições presidenciais de 2022, parece estar cada vez mais difícil.
Após o ensejo da criação de uma frente democrática antibolsonarista e antipetista, na qual seis potenciais candidatos a presidente em 2022, sendo eles, Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB), João Amoêdo (Novo), João Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Luciano Huck (sem partido), chegaram a se unir, até mesmo em um grupo de WhatsApp e elaborando uma carta-manifesto a favor da democracia, a iniciativa minguou.
O que se vê, agora, é uma divisão entre os potenciais candidatos, seja por vaidade, ou até mesmo por falta de união para a construção de uma terceira via ao lulopetismo e ao bolsonarismo.
O encontro entre os ex-presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi analisado, por alguns especialistas, como uma redenção dos tucanos ao projeto presidencial de 2022. Isso porque o partido passa por um período de instabilidade, seja pela chegada do vice-governador Rodrigo Garcia (ex-DEM) ao PSDB, minando os interesses de Geraldo Alckmin disputar, novamente, como candidato a governador, cogitando, até mesmo abandonar o partido que ajudou a fundar; seja pelo anúncio, feito pelo presidente do DEM e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, da retirada do apoio histórico que o partido realizava aos tucanos, desde 1994 ou pela tentativa frustrada de definir, um só nome, em conjunto, para a disputa ao Palácio do Planalto em 2022. Estão na briga das prévias do PSDB, quatro tucanos, os governadores João Doria (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-senador Arthur Virgílio (AM).
Em relação aos outros prováveis candidatos, a situação também não é favorável. Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB), João Amoêdo (Novo), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Luciano Huck tiraram o pé do acelerador, de forma vigorosa, principalmente, com a volta ao cenário político do ex-presidente Lula. Até mesmo o ex-juiz Sérgio Moro, que viveu dias de herói da pátria-mãe, com a maior operação de combate à corrupção da história do país, a Lava Jato, é considerado “carta totalmente fora do baralho".
Isso, sem mencionar que, historicamente, não houve registros de terceira via frutífera em solo tupiniquim. Como relembrou, recentemente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não houve terceira via no Brasil desde 1989, quando foi iniciada a fase democrática no país, com a primeira eleição presidencial. “O mais próximo que já se chegou foi com Marina Silva em 2014, porém na eleição seguinte já se dissolveu como candidata”, opinou.
Além disso, apostar que a CPI da Covid possa gerar o impeachment do presidente Bolsonaro, ou ainda que seus desdobramentos o façam desgastar e sangrar até chegar ao pleito de 2022, deixando-o totalmente enfraquecido, é um verdadeiro tiro n'água. Acreditar que a CPI propicie um terreno fértil para o eventual candidato da terceira via largar na frente na disputa eleitoral chega a ser um sinal de desespero.
Portanto, os brasileiros continuam reféns da temida polarização, cega e fanática, entre bolsonaristas e lulopetistas, fazendo com que a política nacional se limite a mensurar o tamanho do antibolsonarismo ou o antipetismo e, assim, definir o resultado das urnas em 2022.

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