03 May 2024


A participação feminina

Publicado em Editorial
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Desde a primeira deputada eleita no País, Carlota Pereira de Queirós, em 1934, passando pela primeira senadora eleita, em 1978, a professora Eunice Michiles, não houve expressiva evolução no cenário político.  Há baixa representatividade feminina na política.
Nas eleições gerais de 2018, apenas 15% dos cargos foram preenchidos por mulheres. Atualmente, há na Câmara 77 deputadas entre 513 parlamentares. No Senado, elas são 13 dentre 81. No Executivo, a participação é ainda menor. O Brasil só teve uma presidente, Dilma Rousseff. Na campanha presidencial deste ano, há apenas uma candidata, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), porém, muitos já insistem em, prematuramente, relegar o papel de vice. As mulheres também são apenas três entre os 23 ministros.
Entre os vereadores eleitos em 2020, apenas 16% são mulheres. No ABC, nas sete Câmaras Municipais há apenas nove vereadoras do total de 142 parlamentares, o que representa pouco mais do que 6%. Em Santo André, São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires possuem (cada município) duas vereadoras; Diadema, uma; em Mauá e Rio Grande da Serra não há. Também há apenas uma deputada estadual, de São Bernardo, e uma vice-prefeita, de Diadema.
No último dia 24 de fevereiro foi celebrado os 90 anos do direito das mulheres ao voto. Há 148 milhões de eleitores no Brasil, destes 52,5 % (77.649.569) são mulheres e 47,5% (70.228.457) são homens, segundo as informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O voto secreto garantia o livre exercício desse direito pelas mulheres: elas não precisavam mais prestar contas sobre seu voto aos maridos e pais. No entanto, somente as mulheres que trabalhavam e recebiam alguma remuneração eram obrigadas a votar. Isso só mudou em 1965, com a edição do Código Eleitoral que vigora até os dias de hoje.
“Eu sentia muito carinho, mas pela ‘dama’ e não pela ‘colega de trabalho’. Eu sentia claramente isso”, disse Michiles, recebida pelos colegas com “flores e poesia”, em sua posse. Essa realidade não permeia apenas o universo feminino na política, ela está presente em diversos outros setores da sociedade, nos quais as mulheres estão inseridas.
Desde 1990, apesar da participação da mulher no mercado de trabalho ter aumentado, ainda existem desafios que precisam ser superados. Na América Latina, 57% das mulheres participam do mercado de trabalho, em comparação a 82% dos homens, segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho). No caso brasileiro, as mulheres compõem pouco mais do que 43% da força de trabalho, de acordo com dados do Banco Mundial.
A pesquisa ‘Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil’ do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostrou que as mulheres ocupam apenas 37,4% dos cargos gerenciais. Mas, levantamento da República.ORG aponta que as mulheres não estão entre as faixas salariais mais altas, por dificuldade de acesso aos cargos do alto escalão, que pagam melhor. A pesquisa do IBGE comprova isso. Em 2019, as mulheres receberam 77,7% do rendimento dos homens.
Nunca será fácil para nenhuma mulher atuar e exercer suas funções profissionais, ainda mais em uma sociedade majoritariamente machista, mesmo com os avanços e conquistas já obtidas. As mulheres devem continuar se impondo e lutando, valorizando as suas competências e combatendo as raízes de uma sociedade que possui, ainda, muitos vestígios patriarcais.

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