02 May 2024


A votação mais acirrada da história

Publicado em Editorial
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito, no domingo (30) de outubro, presidente da República. Aos 77 anos, Lula iniciará no dia 1 de janeiro de 2023, o seu terceiro mandato.
O petista derrotou o presidente Jair Bolsonaro (PL), na votação mais acirrada da história. Durante a apuração do segundo turno, Lula ultrapassou Bolsonaro, com 67,76% das urnas apuradas, praticamente repetindo o cenário do primeiro turno, quando Lula virou com 70% das urnas apuradas.
Com 100,00% das urnas apuradas, o petista fez 60.345.999 votos válidos (50,9%) e Bolsonaro, 58.206.354 (49,1%). O resultado revelou alguns índices alcançados. Bolsonaro entrou para a história como o primeiro presidente a não conseguir a reeleição, porém, com a menor diferença de votos da história 2,13 milhões. O recorde anterior era do segundo turno de 2014. Naquele ano, Dilma Rousseff (PT) foi reeleita presidente da República com 54,5 milhões de votos. O adversário dela, Aécio Neves (PSDB), recebeu pouco mais de 51 milhões.
Já Lula foi o presidente eleito com a maior votação da história. Antes do pleito deste ano, a maior votação de um candidato à Presidência havia sido do próprio Lula, em 2006, quando recebeu 58,3 milhões de votos. Em 2002 e 2006, outras duas vezes em que foi eleito, Lula recebeu 52 milhões e 58 milhões de votos, respectivamente, no primeiro e no segundo turno.
A vitória petista não foi bem digerida pelos bolsonaristas que nos dias após o pleito chegaram a fazer mais de 800 protestos nos 25 dos 27 estados brasileiros. Muitos pediam intervenção federal ou militar. Bolsonaro não cumprimentou o adversário pela vitória, postura padrão em disputas majoritárias, em que candidatos derrotados declaram aceitar o resultado das urnas e cumprimentam os vitoriosos, e ficou quase 48 horas em silêncio. Na terça (1), o presidente se pronunciou, agradecendo os votos que recebeu, mas sem admitir a vitória do petista. Na quarta (2), em novo pronunciamento, Bolsonaro pediu o fim do bloqueio das rodovias.
O presidente eleito terá a árdua tarefa de negociar pautas com o Congresso Nacional, que em 2023 será predominantemente direitista e ainda formado por aliados de Bolsonaro. O PL, partido do presidente, elegeu a maior bancada do Congresso, com 99 deputados na Câmara e 13 parlamentares no Senado. Também enfrentará uma enfadonha oposição por parte dos apoiadores bolsonaristas durante os próximos quatro anos.
Já em São Paulo, foi eleito o candidato bolsonarista para o Governo do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que derrotou o petista Fernando Haddad (PT), com 55,27% (13.480.643 votos), contra 44,73% (10.909.371 votos). A diferença de votos foi de 2,57 milhões.
Tarcísio encontrará grande facilidade para governar, afinal, venceu em 566 dos 645 municípios paulistas, possui amplo apoio de partidos, na campanha foram 12 siglas que o apoiaram e, ainda, a maior bancada de deputados estaduais na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o PL, com 9 deputados eleitos, faz parte da base dos seus apoiadores. Os prefeitos tucanos do ABC, Orlando Morando, José Auricchio Júnior e Paulo Serra, também apoiaram o candidato e aguardam por continuidade das obras e projetos em andamentos nos seus municípios. Também irá suceder um governo tucano de 28 anos, que, ao que consta, deixou as contas em dia e ainda mais de R$ 30 bilhões para investimentos.
Agora, algumas incógnitas ficam no ar. Como será a articulação entre o governador bolsonarista e o presidente petista? Haverá entendimento? Como ficarão os projetos em andamento? E os cinco deputados federais eleitos pelo ABC, obterão êxito na negociação de novos investimentos para a região? Por enquanto, são questões sem respostas. Porém, é preciso torcer pelo entrosamento, entendimento e que ambos façam bons governos para todos, absolutamente todos os 215 milhões de brasileiros e os 42 milhões de paulistas.

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